domingo, 11 de março de 2018

QUARESMA, CUIDADO #SQN


por Rodrigo Queiroz em Umbanda ead
JUS mar/17

ASSUNTO DE GRANDE provocação,
que mantém uma cisão de opiniões e
por isso se faz necessária a reflexão.
Ano após ano, a Quaresma sempre é assunto entre umbandistas
que se dividem em opiniões do tipo ‘pode ou não pode o terreiro
manter as atividades espirituais?’ Alguns grupos ainda consideram
que pode em casos de emergência. Penso então: ‘o que é um caso
de emergência?’ Como mensurar isso? É curioso que mesmo os
mais maleáveis, na prática, ficam receosos.
É certo que algo acontece neste
período, fruto de uma egré-
gora atmosférica que se cria
em torno do preceito católico.
A Umbanda é fortemente influenciada
pelo Catolicismo
e acontecem duas situações
por herança cultural nos dias
de hoje.
Uma é que pela simples influência litúrgica de terreiros que adotam
pontualmente preceitos da Igreja, incorporam o recolhimento
das atividades neste período. Outra é que quando a religião ainda
era perseguida e mesclava-se os cultos era necessário seguir tal
preceito para não chamar atenção - isso foi mais predominante
nos Candomblés para ser mais exato.
O ponto nevrálgico da discussão - que fique claro, respeito todas
as particularidades da nossa plural religião - é se tem ou não fundamento
tal preceito. Como dito acima é mera influência, mas é
curioso o discurso que justifica a adesão que muitas vezes é pura
fantasia mítica, e outras é uma suspensão de responsabilidade.
Exemplo: ‘Os kiumbas (eguns)
ficam soltos’.
Oras, sendo assim se faz mais necessário o trabalho espiritual
acontecer para garantir as defesas e a harmonia espiritual da
comunidade religiosa. Mas tem algo ainda mais amedrontador:
‘Os Guias de luz ficam recolhidos também!’ ��
Isso não é verdade… Ocorre que todo argumento tenta apenas
validar a adesão ao preceito que não é da religião de Umbanda.
Sabemos que os praticantes de magia negativa usam este período
para intensificarem suas atividades nefastas e perversas, corroborando
com o consciente coletivo e de certa forma alimentando
uma atmosfera mais densa nesta realidade vibratória.
Portanto, observando tal movimentação, o
mais natural na Umbanda é que se intensifique
as atividades da casa, estimulando
e mantendo a vigília espiritual e comportamental
de sua comunidade. A Umbanda
é uma religião mediúnica, que tem grande
atividade mágico-religiosa sua principal
atuação no combate às trevas; recolher-se
diante o enfrentamento não é da natureza
da Umbanda.
Acima de tudo, nada deve ser temido ao umbandista;
um filho de Umbanda não deve temer espíritos vagantes
ou magias negativas ou qualquer discurso amedrontador, pois
além de ser típico de uma infantilidade espiritual indica também
grande desconhecimento.
Os Orixás, os Guias espirituais e a
mediunidade não têm nenhuma
relação com a Quaresma e, para
confirmar isso, basta se permitir, é simples assim.
Eu vim de uma Umbanda do medo, onde a Quaresma é um terror!
Lembro-me que passava os dias quase enclausurado, tinha medo
de sair e “pá” pegar um obsessor. Com o tempo descobri que só me
pega aquilo que permito, que minha segurança é minha fé e meu
comportamento, que minha força é meu coração e que para espiritualidade
nossos dogmas terrenos são só nossos dogmas. Então
rompi com isso e pasmem! Continuo vivo e sem nenhum obsessor.
O estudo é o caminho para a saúde mental e espiritual de um
umbandista. Experimente estudar e sair da margem dos achismos
e das fantasias passadas boca a boca entitulados como tradição.
Folclore, Lendas e Mitologia também são um processo de tradição…
“A tradição de se fechar os Templos
de Umbanda quando não havia
liberdade de crença não tem razão
de ser no mundo atual. Muito ao
contrário, é nessa época que NÃO
DEVEMOS PARAR; é nessa época em
que a Quimbanda maligna trabalha
à vontade, que o Templo deve estar
preparado para que, com o auxílio
das entidades de Luz, denunciar
qualquer trabalho negativo que tenha sido feito para
atrapalhar seus filhos de fé ou freqüentadores.”
– Pai Ronaldo Linares

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