terça-feira, 28 de outubro de 2014

Um pouco Sobre Rosa Caveira

Eu tenho o privilegio de ter essa entidade a minha esquerda, e em seus trabalhos, aprender um pouco sobre sua atuação como Guardiã da Lei.


Sempre séria, certa ocasião, ela me falou, que um de seus campos de atuação, é quando entre pessoas o Amor cede lugar ao ódio, amor esse que pode ser dos mais variados tipos. Principalmente quando começam a se prejudicarem através de magias.

Me disse ela, que é servidora de Mãe Oxum e Pai Omulu.


Uma linda senhora, onde muitas vezes por necessidade, plasma uma forma mais densa, representada pela Caveira. Sei que essa falange tem muitos misterios, e uma função Divina como Guardiã, por isso merece muito respeito, pois seu campo de atuação, é muito mais do que nossa capacidade humana compreende. E como diz seu ponto cantado : ...se diz que faz, é melhor não duvidar...!!!


Em seus trabalhos aos quais são sempre fortes, ela nunca está sozinha, ela é muito amparada por muito guardiões, como o Senhor Tata Caveira, o qual ja presenciei e senti o imenso respeito por ele. Ela também é chefe de falange, entre as quais fazem parte de sua falange: PG Rosa da Noite, Rosa Negra, Rosa Vermelha, Rosa da Praia, 7 Rosas, etc... Cada Pombagira teve sua historia quando encarnada, mas todas lutaram e lutam para fazer crescer a Luz .


Abaixo transcreco alguns textos que julguei esclarecedores:

Por Claudia Baibich:


Dona Rosa caveira é a entidade chefe da falange das Rosas, ou seja, na realidade é
o nome de uma falange, onde muitos espíritos trabalham e adotam o nome da
mesma. Existem também os espíritos que trabalham na falange e não adotam o
"Caveira", por motivos de funções ou hierarquias, como Dona Rosa Negra ou Dona
Rosa da Noite.
Essa falange é especializada na captura, prisão e encaminhamento de espíritos de magos negros e seus seguidores.
Trabalha em parceria com a falange dos Exús Caveiras.
Sua manifestação quando incorporada é de poder e seriedade.
Suas oferendas, devem ser feitas, somente a pedido da entidade e a entrega, no cemitério ou nas encruzilhadas em forma de T que terminem (fechem) nos cemitérios devem ser entregues por médiuns preparados e autorizados para tal.
Suas cores nas roupas dos médiuns costumam ser pretas e discretas, podendo haver alguns detalhes em vermelho ou roxo. Também podem usar capa com capuzes, no caso de médium de hierarquia ou se autorizado pelos dirigentes.
Raramente seus médiuns usam muitos badulaques, optando pela austeridade e seriedade dos espíritos que trabalham como guardiãs dessa falange.


NUMA ENTREVISTA COM DONA ROSA CAVEIRA, PUDE SENTIR A FORÇA, O DOMÍNIO E O PODER DE COMANDO DESSA ENTIDADE QUE RECEBE À TODOS COMO UMA DAMA QUE É. E QUANDO PRECISO, TRABALHA COM SUA FORMA MAIS DENSA, DEIXANDO CLARO SUA AUTORIDADE COMO CHEFE DE FALANGE DE POMBAGIRAS.
ESSA AUTORIDADE, DIZ ELA, RECEBEU DE SEU COMPANHEIRO, O SENHOR JOÃO CAVEIRA.
É MUITO INTERESSANTE OBSERVAR A HARMONIA E O RESPEITO QUE UM TEM PELO OUTRO.
DONA ROSA CAVEIRA USA TRAJES PRETOS COM ALGUNS DETALHES EM
VERMELHO, JÁ QUE COMO CHEFE DE FALANGE DA LINHA DAS ALMAS, PODE TRABALHAR DENTRO E FORA DA CALUNGA (CEMITÉRIO).


UMA SENHORA DE AUTORIDADE COMO DONA ROSA CAVEIRA, NÃO NECESSITA ESTARDALHAÇOS, MUITO MENOS DISPUTAR PODER, ELE O É INERENTE.

ELA ESTAVA ME FALANDO QUE TRABALHA NA UMBANDA E EM CULTOS DE NAÇÃO.
O MODO COMO SE MANIFESTA (ROUPAGEM FLUÍDICA) DEPENDE DA CASA ONDE ESTÁ TRABALHANDO E DA DEMANDA DO TRABALHO.
PODE PEDIR SUAS OFERENDAS DENTRO DO CEMITÉRIO, NAS ENCRUZILHADAS EM T QUE VÃO DAR NAS PORTAS DOS CEMITÉRIOS, DENTRO DOS TERREIROS OU EM OUTRO LOCAL QUE ACHAR NECESSÁRIO.
DONA ROSA, EMBORA TENHA AS CARACTERÍSTICAS COMUNS À TODAS AS
POMBAGIRAS, COSTUMA SER MAIS SÉRIA.


ISSO NÃO É MÉRITO OU DEMÉRITO, E SIM UMA IDENTIDADE VIBRATÓRIA.
SALVE DONA ROSA CAVEIRA
SALVE SENHOR JOÃO CAVEIRA
SARAVÁ SUA BANDA.


Por médium Pandora/ Joyce Gorgoll:


Tenho percorrido esferas longínquas desta seara, e bem da verdade, quando cá retorno, percebo que as coisas não mudam tanto, a evolução vagarosa na Terra se dá única e exclusivamente pela mente limitada que o ser encarnado possui, a limitação que é exprimida pela negação constante em aceitar o novo, pois tudo se renova constantemente no processo evolutivo natural.
Vejo ainda, muitos encarnados nos confundindo com ex-prostitutas, mulheres perversas ou até criminosas, muitos continuam a assimilar a entidade pomba gira como sendo a escoria do universo feminino.
O fato é que incomodamos ao trazer à tona não só a sensualidade, mas a força e magia que muita mulher esconde.
Durante anos, a mulher buscou independência e igualdade, e vem adquirindo, porém o conceito machista ainda abrange grande parte da sociedade.
Ainda vejo mulheres que se submetem às vontades de seus companheiros de modo a negarem a vontade interior latente, mulheres que se negam a derrubar conceitos pré-moldados e continuam a serem maltratadas ou simplesmente aquelas que aceitam a vida que possuem, com seus dissabores, por medo ou comodismo. Há também aquelas que descobriram seu poder interior e abusam deste.
Não posso deixar de lembrar como eu tenho visto mulheres fortes, que realizam trabalhos tão pesados quanto os homens, mas estes homens que estão se integrando à suas famílias e participando da criação dos filhos, deixando de ser tão-somente o provedor do sustento e passando a serem educadores, pais, tarefa até “pouco” tempo destinada às mulheres.
Vocês costumam dizer que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher, essa frase já demonstra certa limitação, pois ninguém é responsável por impulsionar ou retrair o outro, posso dizer que, um guardião sempre tem uma guardiã ao seu lado, nunca atrás. Dessa forma, um relacionamento jamais dará certo enquanto um se achar melhor ou mais importante que o outro. Os companheiros possuem sempre o mesmo valor.
Trazemos a sensualidade de modo a mostrar o belo, o formoso, nunca o vulgar. Se fomos prostitutas, não! Mas se tivéssemos sido não haveria problema algum, pois passado é tudo o que ficou para trás e o que importa do lado de cá é o agora.
As pombas giras foram mulheres que ocuparam lugar de destaque na sociedade antiga, altamente patriarcal. São aquelas que lutaram por independência e dignidade, doando suas vidas. Aquelas que se movimentaram e construíram histórias como Joana D’Arc.
Eu vivi na Europa em minha última encarnação, na época em que as mulheres eram bruxas naturais e exerciam seus poderes e ritos com liberdade, esta que foi tolhida posteriormente. Fui torturada e enterrada viva por lutar pela minha crença e meus costumes na Santa Inquisição, quando o catolicismo imposto por um homem no poder buscou a tentativa cruel e covarde de abolir o que eles chamavam de paganismo, muitas foram omissas, mas junto a tantas outras eu lutei pelos meus ideais.
Falo às mulheres para que elas deixem de serem omissas no dia-a-dia, para que deixem de negar seus anseios e busquem a felicidade, para que se libertem de pré-conceitos.
Toda mulher é uma bruxa natural e tem seus poderes, assim como o sexto sentido, tem suas magias, assim como o “ser mãe” é a magia da vida. São detentoras de grandes faculdades, mas poucas são as que buscam exteriorizá-las, a maioria prefere se enclausurar sob uma vestimenta que seja agradável à sociedade pré-moldada e esquecem que a felicidade é dádiva de Deus.
Sou uma Pomba Gira, que se utiliza do simbolismo “Rosa Caveira”, que aos 56 anos de vida deixou a carne lutando por liberdade de expressão e crença, e continuo lutando ao lado daqueles que anseiam por liberdade e evolução.
Muitas de nós, pombas giras, já vieram trazer mensagens para desmistificar algumas linhas de pensamento preconceituosas que nos cercam, mas quero atingir outra finalidade com minha mensagem, a de mexer com os sentidos de quem a ler para que este possa soltar seus dons e viver intensamente, pois a vida é a oportunidade mor, e não se espera que a felicidade venha bater à porta, deve-se lutar por ela, buscá-la incessantemente com fé, amor e dignidade!
Sou Rosa Caveira, eu “bato” e não assopro, falo e não volto atrás, amo e não deixo de amar, e estarei sempre ao lado daquele que procura enfrentar os dissabores da vida e ser feliz, não alivio os tormentos de quem cai no erro, mas procuro ajudar a enfrentar as conseqüências de suas escolhas.
Sou pomba gira, sou guardiã, sou bruxa, sou mulher!
Axé
Pomba Gira Rosa Caveira 


PONTO DA DONA ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO DAS ALMAS


OLHA ME SACODE O PÓ QUE CHEGOU ROSA CAVEIRA,

POMBAGIRA DA CALUNGA,VEM LEVANTANDO POEIRA. (BIS)

SUAS MANDINGAS SÃO CERCADAS DE MISTÉRIO,

SARAVÁ A POMBAGIRA QUE VEM LÁ DO CEMITÉRIO,

SE DIZ QUE FAZ,É MELHOR NÃO DUVIDAR,

PORQUE ROSA CAVEIRA PROMETE É PRA NÃO FALTAR!


OLHA ME SACODE O PÓ QUE CHEGOU ROSA CAVEIRA,POMBAGIRA DA CALUNGA,VEM LEVANTANDO POEIRA. (BIS)

LEVO UMA ROSA QUANDO VOU AO SEU AXÉ,

FALO COM ROSA CAVEIRA PORQUE NELA EU TENHO FÉ!

TUDO QUE PEÇO NUNCA ME DEIXOU FALTAR,ELA É MUITO FORMOSA,

ELA É A MOJUBÁ!



Saravá Pombagira

Salve a linha de Guardiãs

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A tristeza dos orixás


Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que traz em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas..

Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pêlos do corpo. Realmente o Sol tinha escondido-se nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das "guerras", saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram-se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso. Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe "coruja" quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:

- Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? - ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.
- Desculpe, sabe, ando meio ocupado - Respondeu um triste Ogum.- Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.- É, vim até aqui para "desabafar" com você "mãeinha". Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a " espada da Lei" que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das "supostas" demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles... Estou cansado...Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.Não! Infelizmente ele era entendido como o "Orixá da Guerra", um homem impiedoso que utiliza-se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram "quebras e cortes" de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna-se uma guerra de vaidade, um show "pirotécnico" de forças ocultas. Muita "espada", muito "tridente", muitas "armas", pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.Isso magoava Ogum.

Como magoava:- Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando-na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição.Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado...Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava-se por sua alfange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.Ele também deixou sua alfange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via-se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia-se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam-se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso...Mas o mais incrível estava por acontecer.

Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas. Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.Um a um, todos foram despindo-se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer.

Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada.Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam-se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram-se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Inúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando-o a figura do Diabo:

- Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! - Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:

Espere! - pensou Iemanjá! - Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou-se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu-se de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
- Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de "apenas" prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras "bases de luz" na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam-nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir...
Quando Oxalá calou-se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam-se nesse ideal. E aquilo alegrou-os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. 
E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade.Em Aruanda, os caboclos, pretos-velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram-se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.
Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem - aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam - se. O alto os abençoava...Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos.
E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome
deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz. Miríades de espíritos foram retirados do baixo-astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta.
Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente. Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou-se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.
Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como "armas" para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso.E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.

Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.Lembrem-se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem-los. Sejam luz, assim como Eles!
Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá) 

Texto de Fernando Sepe, retirado do Jornal de Umbanda Sagrada.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

CURSO SKHM (cura egípcia)




TEUS.Templo de Nanã Buruquê e Ogum Megê convida para:
SKHM - Cura Egipcia

NÃO TEM PRE-REQUISITO , APENAS AFINIDADE COM A ENERGIA EGIPCIA

O nome Sekhem (egípcio) significa o Poder dos Poderes, Poder Espiritual ou Altar do Fogo Sagrado, mas sempre utilizados para a Cura e Ascensão.
Durante alguns anos, desenvolvi uma prática de SKHM, voltada as enrgias Solares, assim nascendo SKHM RÁ.
A Cura Egípcia também chamado de Seichim-Reiki ou Seichim/Sekhem, refere-se à um sistema milenar de cura utilizado no antigo Egito, também presente na cultura dos Maias na América do Sul e posteriormente na Índia, Tibet e China.
Seichim é o nome usado na Índia e Sekhem é o nome usado no Egito, mas com o desenvolvimento e expansão deste sistema de cura, chegou-se a conclusão de que a "Energia da Luz Vital do Arco Íris do Criador", na qual se baseia o sistema chamado SEICHIM/SEKHEM, é a mesma de outras técnicas de cura com a imposição das mãos, onde o Reiki está contido.
Acredita-se que o SEICHIM originou-se nos templos de Atlântida.
SEICHIM é muito mais do que uma técnica de cura pelas mãos. SEICHIM é uma forma avançada de telepatia para a cura, e leva a um maior conhecimento e compreensão do seu EU espiritual.
Os grandes professores espiritualistas e religiosos, através da história, falam sobre a importância do "amor". SEICHIM é amor incondicional em ação.
Uma sessão de 20 minutos de SKHM equivale a uma sessão de 2 horas de REIKI.
O Seichim é um sistema que alcança as mais altas vibrações de nosso universo (a partir de 6a dimensão) e possibilita a canalização destas frequências para cura e harmonização do ser humano em todos os níveis.
É um trabalho energético e espiritual muito profundo, é uma cura realizada através das mãos, utilização de símbolos sagrados e técnicas de telepatia e ascensão.
Vai limpando todos os canais do indivíduo possibilitando que se tenha consciência de todos os seus outros corpos, a fim de poder trabalhar e utilizar todo o potencial inerente ao ser humano, como ser divino e espiritual.
Possibilita o desenvolvimento da clarividência, telepatia, projeção astral consciente, entre outras coisas.
As técnicas do Seichim ajudam a acelerar em muito o processo de desenvolvimento, evolução, cura e ascensão espiritual.
Trabalha-se também o aspecto de vidas passadas.
É uma dádiva e grande oportunidade de crescimento na vida de o quem recebe, desenvolvemos muito o poder mental.
Também serão sintonizados(quem quiser) no Sekhem de Isis ou Isis Seichim nivel I, para trabalhar a energia feminina, prosperadora em sua vida!
Quando: 09/11 Domingo 10-17 hs
Onde : TEUS Templo de Nanã e Ogum Megê
Rua Cel Massot 1593
Fone: 8512-5376/9225-8717
Valor: R$ 100,00 a vista ou 2x de R$ 60,00
Reciclagem: R$ 50,00
Esse curso fornece, Certificado, Apostila e Cofee break
A ministrante: Gislaine Gonçalves

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um pouco de Exu Mirim

Falar sobre Exu Mirim, é muito bom, pois por ser um dos Mistérios de Deus, atuam em nós, espíritos segundo nossos procedimentos. Particularmente vi médiuns tratando os seus manifestadores, quando incorporados, como verdadeiras crianças(por que em suas mentes eles são) , e pude perceber que muitos desconhecem o a função de Exu mirim. 

Para começo de conversa, saibam que existe um Trono de Deus, o qual Ele se manifesta, assim como em outros : Oxalá, Oxum , Oxossi e todos outros, Trono esse que por não ter um nome manifestado no plano material, foi chamado de Exu Mirim.
Exu Mirim, é Orixá ? Sim, é Orixá, e como tal, também possui suas linhas de trabalho na Umbanda.
E assim como sabemos que Oxalá manifesta na fé, Oxum no amor, Xangô na justiça, Exu Mirim manifesta o fator Intecionador, entre muitos outros, tais como: regredidor, esburacador, ocultador, complicador, dementador etc.. 

Quando da fundamentação da Umbanda no seu lado espiritual , “Exu” assumiu a manifestação dos seres que vivem e evoluem a esquerda da dimensão espiritual humana da vida. A dimensão de Exu é a 1ª a nossa esquerda, a dimensão natural onde vivem e evoluem os seres encantados da natureza chamados de “Exus Mirins” é a 7ª a esquerda da dimensão humana. Eles tem em sua aparencia física de troncudos e de baixa estatura, como pigmeus. E como são seres encantados tem sua aparência diferente da nossa. (seria por ser de estatura baixa que o tratam como crianças, ou pelo nome Mirim ???).
Há Exus Mirins negros, brancos, avermelhados, todos com cabelos encaracolados, como o povo africano. E quando começam a incorporar em seus mediuns, pouco a pouco vão assumindo feições humanas e chega a um ponto, que se assemelham aos hobbits do filme "Senhor dos Aneis."
Essa dimensão onde vivem, é regido por uma Divindade que tem inúmeras e importantíssimas funções na criação, ainda que não sejam nada agradáveis de realizar, pois se destina justamente a reprimir os seres que atuem contra a paz e harmonia da vida.
Em seu fator intencionador, para ele o que vale são as intenções, as quais todas passam por seu crivo rigoroso, e o que nós cremos ser certo para ele pode não ser. Logo no Mistérios de Exu Mirim refletem todas as intenções desde mais nobres e elevadas até as mais baixas e viciadas, e como Exu e Pombagira ,ele também é refletor de nossos sentimentos mais ocultos, pois tudo é refletido na sua tela mental, todas a intenções de todas as dimensões da vida. Para Exu Mirim não existe 2 pesos e 2 medidas mas sim as intenções por trás delas, para esse Orixá não existe meio termo. Pois são as intenções, que levam os seres ao mais elevados atos ou as mais terriveis ações.


E como Orixá ele atua de dentro para fora, quando isso se torna impossível, ele atua de fora para dentro, através de suas hierarquias., que são considerados por Ogum como um dos mais rigorosos instrumentos da Lei Maior e Justiça Divina, pois todos viram o rosto para o Alto quando Exu Mirim é ativado contra uma pessoa, família, religião ou nação.
Quando Exu Mirim é ativado pela Lei Maior e Justiça Divina, ou tudo volta ao eixo ou regride a estaca zero.
Na linha dos Orixás , Exu Mirim está em uma ponta e Oxalá na outra, quanto a todos os outros Orixás, incluindo Exu, todos estão entre esse dois extremos, o Tudo (Oxalá) e o Nada (Exu Mirim), Exu Mirim como senhor da inexistência, pois o nada é seu domínio, tudo pode tirar de quem dever. Tudo o que esta vibrando no plano da intenções esta dentro do domínio do Orixá Exu Mirim, e desencadeia automaticamente a reatividade desse Mistério seja ela positiva e estimuladora das boas intenções, seja desestimuladora e paralisadora das más intenções.
Exu Mirim é neutro na sua essência divina, e seu mistério é ativado automaticamente no plano das intenções, antes que se concretizem .

Na Umbanda eles aparecem através da manifestação de seres encantados(nunca encarnaram), que quando incorporam em seus médiuns se apresentam como “Exus Mirins”.Mirim é uma palavra tupi-guarani que significa pequeno, tanto para um objeto e criança como para uma pessoa ou entidade. Todos humanos tem uma ligação com um Exu Mirim, mesmo aqueles que nunca saibam de sua existencia.
A hieraquia de Exus Mirins é vastíssima, e se espalham por todos o 7 planos da vida. E suas linhagens são identificadas por varios fatores, por exemplo: 


Exu Mirim Foguinho (fogo), Exu Mirim Pocinha(agua), Exu Mirim Pedrinha(cristais), Exu Mirim Ventaniazinha(ventos), ou seja pelo elementos da natureza. Ou ainda pelo sincretismo dos Orixás, com nomes diminutivos de santos, ou pelo simbolismo da Umbanda: 

Exu Mirim 7 Porteirinhas, Covinhas, Cruzeirinhos, Encruzilhadinhas, Garfinhos, Cobrinha, Veludinho, Caveirinha, Morceguinho, Risadinha etc.... 

Existem relatos de que esses mirins quando incorporados foram mal educados, tiveram comportamentos atípicos de um terreiro de Umbanda, isso por que, seus médiuns extrapolam seus interiores, achando que por serem Mirim, tem que se comportar como crianças, e por ser Exu, tem que ser de forma negativa. Todos os guias espirituais que baixam nos terreiros aprendem no astral, a forma comportamental dentro das linhas, e com Exu Mirim não seria diferente.

Vamos enfatizar algumas coisas: 

Eles não são espíritos humanos, eles são encantados da natureza
A irreverência ou má educação comportamental não é típico deles, nem em suas dimensões
São naturalmente irriquietos e curiosos, mas nunca mal educados
Refletem o inconsciente de seus médiuns assim como Exu e Pombagira, logo são nosso refletores naturais
Gostam de beber bebidas mais agradáveis ao paladar de seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não
Gostam de frutas acidas e doces duros e balas ardidas
Prestam inestimáveis trabalhos de auxilio
Não aprovam ser oferendados e invocados em trabalhos de magias negativas
Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser oferendados periodicamente da natureza 
Realizam trabalhos insubstituíveis

OFERENDA PARA EXU MIRIM

Toalha ou pano vermelho e preto
Velas bicolores vermelha e preta
Fitas vermelha e preta
Linhas das mesmas cores
Flores Cravos
Pembas verm/preta
Frutas ( manga, limão, laranja, pêra e mamão)
Bebidas (licores, cinzano, pinga com mel)
Comidas ( fígado de boi picado e frito em azeite de dendê, farofas apimentadas)





Trechos retirados do livro Orixá Exu Mirim- Ed.Madras