sábado, 30 de junho de 2018

Orixás femininas na Umbanda Sagrada

Orixás femininas na Umbanda Sagrada, de acordo com a bibliografia existente, são sete:

Orixás femininas: OYÁ-TEMPO ou LOGUNAN

Como o nome já diz, Ela é a Orixá do tempo.
A Ela atribui-se a atuação no campo religioso.
É a onda divina ativa, de irradiação cristalina e de fator desmagnetizador ou temporal.

Atua nos seres apáticos ou emocionados.

Ou seja: em seu campo age sob os descrentes, os que usam de suas práticas religiosas para enganar e explorar a fé alheia e os fanáticos.

A esses, Logunan age esgotando seu estímulo a religiosidade que vem sendo aplicada de forma negativa.

Suas filhas apreciam as coisas religiosas, o estudo, a música suave ou romântica, um pouco de isolamento, conversas construtivas, a companhia de pessoas discretas e de homens maduros, reservados e amorosos.



Orixás femininas: OXUM

É a Orixá do amor agregador e da concepção da vida.
Por esse motivo também é conhecida por reger as relações matrimoniais e o amor que se funde formando a vida.
Deste modo, Oxum tem ligação com a sexualidade, pois é por meio da sexualidade que se obtém a vida em carne.

Seu fator agregador está presente em todas as ligações do universo, tudo que se agrega, se funde e se soma tem influência de Mamãe Oxum.

As filhas de Oxum não apreciam solidão, homens autoritários ou agressivos, reuniões monótonas, estudo de ciências exatas, políticas, lugares tristes ou monótonos, homens ciumentos e mulheres egoístas.



Orixás Femininas: OBÁ

A Orixá traz consigo a onda geradora vegetal (magnetismo negativo), da qual rege o fator concentrador dos seres, que pode estimular o raciocínio ou se necessário, absorve-los.

Obá age absorvendo as ondas mentais dos seres, quando esses, fazem mau uso de suas faculdades.

Ela também é conhecida como a “Orixá da Verdade”.
Isso porque Sua qualidade concentradora atua conjuntamente com essa característica.
Percebendo que só o que é verdadeiro eterniza-se no tempo e na mente do ser.

As filhas de Obá não apreciam pessoas soberbas, lugares ou reuniões agitadas, conversas chulas, pessoas vaidosas ou rompantes.



Orixás Femininas: IANSÃ

A Orixá faz parte da linha da Lei Maior, onde age direcionando a vida de todos os seres que se encontram trilhando um caminho dissoluto, a fim de que este evolua.

O fator oposto/negativo da divindade está na imobilidade que ela pode trazer.
Pois, no campo dos elementos, Iansã responde ao vento, ventania ou vendaval e quando retira o elemento eólico dos seres acaba que por tornando-os apáticos.

A irradiação divina advinda de Iansã é ativa.
A ondas que a compõe são curvas e alternadas, e seu campo magnético direciona os seres que assim carecem.

Como a energia que emana de Iansã também é movimentadora, suas filhas carregam na personalidade esse perfil, de característica forte.

As filhas de Iansã são emotivas e se não se impõem.
Revoltam-se e abandonam quem não se submete a elas, e logo estão estabelecendo novas ligações, em que se imporão.



Orixás Femininas: OROINÁ ou EGUNITÁ

Orixá cósmica, ativa e absorvente, que atua na onda geradora ígnea.
Oroiná ou Egunitá é em si o Fogo da Purificação, que atua consumindo os vícios e os desequilíbrios dos seres.

Desta forma, onde manifestar um desequilíbrio o próprio ser que está nessa situação começará atrair esse fogo – pelo magnetismo negativo – que em sua incandescência o esgotará.

Esse fogo cósmico está em tudo e em todos, só que diluído.
Então no momento em que o ser se desvirtua é Mãe Oroiná ou Egunitá que começa atuar, mesmo que ele não tenha “pedido” por essa ação.

A Orixá também está ligada a representação da deusa hindu, Kali.

As filhas de Oroiná ou Egunitá apreciam as conversas reservadas, os espetáculos emotivos, as reuniões direcionadas, tais como as de estudo, de orações, políticas e etc.
Apreciam a companhia de pessoas passivas e a de homens que as encantem.
Gostam de passear, pois não suportam o isolamento do lar.



Orixás Femininas: NANÃ

Da irradiação da onda divina da evolução, surgem dois Orixás, Obaluayê e Nanã Buruquê.
Nanã domina o fator decantador, atuando na dissolução de vícios e excessos.

Enquanto Obaluayê estabiliza os seres, Nanã traz maleabilidade a quem está “petrificado”, recolocando o ser no caminho da evolução e livrando-o de todo negativismo.

Por esse motivo Nanã é conhecida como a orixá que auxilia os seres que irão reencarnar, pois é nesse mistério que o ser diluí todos os seus sentimentos, mágoas e memórias.

E por decantar essas memórias, Nanã é associada a velhice, pois é nesse estágio da vida que o esquecimento bate a porta.
Então, é ela quem adormece o mental do seres, para que esse não interfira em sua próxima encarnação.

As filhas de Nanã apreciam a boa mesa, as companhias falantes e alegres, reuniões familiares e religiosas, pessoas que lhe dediquem afeto e respeito e vestes multicoloridas.



Orixás Femininas: IEMANJÁ

Uma das qualidades de Olorum irradia a criatividade e a geração, e é nela que Mãe Iemanjá está presente.
O amparo à vida, o estímulo à maternidade e a criatividade partem dessa Orixá.

Portanto, Iemanjá é a “Mãe da Vida” aquela que gera e estimula o amor pela hereditariedade dos seres dentre todas as Orixás femininas.
Já em a sua criatividade, trabalha auxiliando-os na adaptação aos meios e ambientes diversos a sua realidade.

As filhas de Iemanjá apreciam a vida doméstica, o trabalho produtivo, o respeito, a fidelidade, a religiosidade firme, o estudo, vestes sóbrias e elegantes, a
companhia de homens firmes nas decisões e de natureza forte.

Texto: Júlia Pereira/Blog do Umbanda EAD

Fontes de Pesquisa:

Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada: a religião dos mistérios um hino de amor a vida/ Rubens Saraceni – São Paulo: Madras, 2007.

Orixás Ancestrais: a hereditariedade divina dos seres/ Rubens Saraceni – São Paulo: Madras, 2001.

domingo, 24 de junho de 2018

"Tempo, vou lhe fazer um pedido.." SALVE A SENHORA DO TEMPO

Evocamos a força de Mamãe Logunam

Que com seu espiral infinito ela continue nos propiciando a condição primeira e necessária para que tudo exista: o tempo.

Que de sua irradiação divina emane sempre o ciclo contínuo de nossas vidas

Que todos os dias possamos saudar sua presença

e que do amanhecer ao pôr-do-sol sejamos capazes de percebê-la viva e pulsante em nosso existir

A cura e a redenção. O maturar e o renovar. O impalpável e o invisível.

É ela a Senhora do Tempo.. aquela que está em todos nossos sentidos e é em si nossas emoções, memórias e expressões mais profundas

Do plantar ao colher

Dos meses que se leva para gestar a vida ao segundo que precede nosso primeiro abrir de olhos

A espera, os sonhos, a expectativa

Tudo é uma questão de tempo.

 Conscientizar-se dele é dançar no ritmo da vida

Dar um tempo, refletir.

Limitar-se a observa-lo é também se perder em vida

“Chegou a minha hora”

As lembranças e as histórias. Os momentos, as fases e as estações. O não esquecer.

Que nesse novo ano possamos escrever na linha do tempo nossa presença neste plano.

Esse é o nosso tempo, a hora é agora. É tempo de fazer, crescer, realizar e evoluir.

Que nosso espírito seja inundado pelo mistério mais profundo e complexo das 7 Linhas de Umbanda

Irradia sobre nós seu magnetismo absorvedor dos desvios

Salve a Mãe Divina da Fé! Salve Mãe Logunan!

Olha o tempo Minha Mãe!

Texto:

Júlia Pereira

domingo, 17 de junho de 2018

Quem é Exu? Breve comentário por Pai Rodrigo Queiroz


Por Pai Rodrigo Queiroz
Laroiê Exú! Assim saudamos nossos compadres em todos os trabalhos.

Mas quem é Exu?
Quem são estes seres que nos mostram ser misteriosos e algumas vezes horripilantes?

Estas perguntas passam pela cabeça de qualquer um nos primeiros contatos com eles. Bem, muitos são os pontos de vista e explicações sobre Exu. Uns dizem ser o demônio, outros, espíritos sem luz, e outros ainda dizem representar o pênis.

Assim vão correndo os mitos e mitologias sobre Exu. No entanto, relataremos o nosso ponto de vista pelo que nos foi mostrado por eles. Segundo alguns estudos psicológicos, observa-se que Exu nada mais é do que a manifestação íntima e sombria do médium. Através de Exu o médium libera suas vaidades, defeitos e medos.

Leia: Saudações a Exu e seus significados
Mas olhando pelo aspecto espiritual, o que se vê na verdade, são seres que sempre estão prontos a nos atender e nos proteger esclarecendo-nos e conduzindo-nos a caminhar dentro da Lei Divina. São realmente os Guardiões de Lei e da Lei de Umbanda. Verdadeiros guardas protetores dos médiuns e terreiros prontos a praticar o bem e o amor sem nada em troca.

Muita coisa temos a dizer sobre Exu, mas com palavras não sei dizer o quanto amo vocês!

Desejamos esclarecimentos a todos que procuram ajuda, que encontrem um Exu de Lei no seu caminho, pois após este encontro sua vida jamais será a mesma. Assim foi conosco.

Deixamos aqui nosso sincero saravá a um Exu de Lei que sempre nos amparou e nos apresentou esta maravilhosa religião!

Saravá todos Exus!
Salve Sr. Tranca Ruas!
Laroiê Exu!!!



Texto publicado originalmente em: Blog Rodrigo Queiroz

domingo, 10 de junho de 2018

Ogum conquista para os homens o poder das mulheres

No começo do mundo,

eram as mulheres que mandavam na terra

e eram elas que dominavam os homens.

A mulher maneja o homem com dedo mindinho.

As mulheres o poder e o segredo.

Iansã tinha inventado o mistério das sociedade dos egunguns,

A sociedade de culto aos antepassados,

e os homens estavam sempre submissos ao poder feminino.

Quando as mulheres queriam humilhar seus maridos,

elas se reuniam com Iansã debaixo de uma árvore.

Inação tinha uma macaco ensinado.

Elas o fazia aterrorizar os homens.

Sim, mandava que ele fizesse coisas para assustar os maridos.

Quando viam ali na árvore

o macaco fazendo as coisas a mando de Iansã,

os homens se apavoravam

e se submetiam ao poder feminino.

Finalmente, um dia

os homens resolveram acabar com aquela humilhação

de estarem sempre submissos ao poder se suas mulheres.

Os homens consultaram Orunmilá

e ele mandou fazer um ebó.

O sacrifício era de galos, uma roupa, uma espada, um chapéu.

Ogum era quem deveria levar o sacrifício,

a ser oferecido sob a árvore das mulheres.

Ogum foi bem cedo à árvore,

antes da chegada das mulheres.

Ali ofereceu os galos,

vestiu a roupa e o chapéu e empunhou a espada.

Quando as mulheres e viram aquele homem forte

vestido como um poderoso e armado até os dentes,

exibindo as quatro ventos seu porte de guerreiro,

elas saíram a correr e a correr num pânico incontrolável.

A vista do homem assumindo o poder era terrificante.

As mulheres não suportaram tal visão.

Iansã foi a primeira a fugir de espanto.

Uma das mulheres, de medo, correu tanto

que desapareceu da face da terra para sempre.

Desde este dia o poder pertence aos homens.

E os homens expulsaram as mulheres das sociedades secretas.

Porque a posse do segredo agora é dos homens.

Iansã, no entanto, ainda é a rainha do culto dos egunguns.



Mito e imagem extraídos do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi

domingo, 3 de junho de 2018

OS PRETOS VELHOS

Preto Velho na Umbanda é o arquétipo de entidades elevadas que se apresentam como anciões.

São profundos conhecedores da Magia Divina e da manipulação de ervas.

São também excelentes mandingueiros, mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.

Acredita-se que esta Linha de Trabalho tenha surgido em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão no Brasil.

Linha de Preto Velho, dessa forma, reflete e valoriza a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança.

Estes são os principais atributos que estes Guias de Trabalho buscam nos passar nos atendimentos.

Pretos Velhos são também entidades que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, em sua maioria.

Como tal, muitos morreram no tronco ou de velhice. Adoram contar histórias do tempo do cativeiro.

Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos “seus filhos”.

Vale dizer que não necessariamente todos foram escravos; sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e ensinamentos são profundos, daí também a referência a estes iluminados seres da Criação.

A característica principal desta Linha é a sua elevada orientação espiritual.

A Linha de Preto Velhs na Umbanda é regida na força do Orixá Obaluayê que é o Orixá sustentador da Evolução, da transmutação e transformação dos seres.

Mas os Pretos Velhos também se apresentam e transitam na irradiação de outros Orixás, sendo figura importante na sustentação e divulgação da religião desde o seu surgimento.

Nos atendimentos nos Terreiros, Preto Velho é sinônimo de sabedoria, força emocional, simplicidade e bons aconselhamentos.
Relações
Regência principal: Obaluayê
Campo de atuação: Sabedoria e Perseverança
Cores: Branco
Ervas: Arruda e Guiné
Flores: Crisântemo branco, Lírio branco, Margarida
Bebidas: Café, Pinga com mel
Oferendas: Arroz doce, Canjica, Doce de abóbora, Doce de sidra, Bolo de fubá
Banhos: Arruda, Rosa branca, Comigo ninguém pode
Data comemorativa: 13 de maio
Dia da semana: Segunda-feira
Sincretismo: São Benedito
Saudação: Adorei as Almas!