terça-feira, 16 de junho de 2015

A Curimba

Muito lemos sobre Ogan e Curimba. O que são, quais seus lugares, o que fazem e qual sua importância material dentro de uma casa, templo ou terreiro, seja ele de Umbanda, Candomblé ou afins. Lemos sobre tudo isso, mas pouco se vislumbra sobre o que se passa astralmente na curimba.
Para quem não sabe ao certo a função da Curimba e Ogã, resumirei um apanhado de coisas que podemos ler com facilidade em livros e artigos sobre o tema. Curimba é o grupo que possui a responsabilidade do toque e cantos sagrados dentro do terreiro, eles marcam partes ritualísticas dos trabalhos e regem os cantigos. O Ogã muita vezes é importante por ser a segunda visão do pai, mãe, babalaô e/ou dirigente da casa, é a ele que devemos respeito sendo o segundo cargo mais importante do local.
Se quiserem saber mais sobre ogã e curimba, vale a pena estudar e ver como devem ser tratados e respeitados, uma função que devemos ter pleno respeito dentro do terreiro é com o nosso dirigente e depois com a nossa curimba.
A curimba, no âmbito astral, é a manifestação mais palpável das energias emanadas no terreiro, digo isso pois é o meio que mais notamos a vibração que está começando a se manifestar, a curimba ajuda a concentração do médium, na entrada do transe, ativando ondas cerebrais como um mantra, que vemos muito em religiões orientais, e as rezas bem concentradas, a batida do atabaque faz vibramos conforme ele nos induz, como também são usados em alguns rituais xamânicos.
Os Cantos além de serem fontes riquíssimas em simbolismo, do qual pode saber muito mais sobre a entidade, se tiver um conhecimento simbólico (porquê tenham certeza se, “o sino da igrejinha faz Belém blem blom” algum motivo tem), o canto devidamente vibrado ativa os chackras superiores, (cardíaco, laríngeo e frontal), haja ai a importância de ter o conhecimento dos pontos, pois enquanto o atabaque vibra nos chackras inferiores (base, sacro e plexo) fazendo assim com que a conexão médium guia seja facilitada e ativadas.
A curimba é um potencializador das ondas energéticas dos orixás, que ali manifestam sua energia pelos guias que ali vão trabalhar, antes de tudo a vibração energética da curimba começa gerando ondas vivas que circulam todo o salão e a casa, transmutando, esgotando e dissolvendo energias mais densas do ambiente e de quem ali se encontra. Por exemplo: Que ali está presente um ponto de oxum, cuja a energia dentro do terreiro começa a se fazer presente, a curimba começa a potencializar ondas agregadoras e conceptivas, pois é deste orixá e da entidade presente ali tais mistérios. Assim, faz-se necessário a concentração de início dos trabalhos. Por mais que esteja cansado de saber o ponto e preces de abertura há o trabalho de preparação do médium e guia neste momento.
Os pontos são como orações e determinações mágicas, com força imensa de ativação dos mistérios dos orixás e guias.
Lembremos que as entidades não são chamados pelo ogan ou curimba, eles já estão ali se fazendo presentes e muitas vezes não incorporam, mas ficam um sessão inteira assessorando e ajudando os filhos e guias em trabalho, mencionando isso, devemos lembrar que SIM a curimba tem entidades que a guardam e que os intuem e os orientam durante os trabalhos e até mesmo são eles que guiam a dissipação, e a melhor forma da energia dos pontos de atuarem no local. Quando uma entidade saúda a curimba, além de estarem “apenas” fazendo um gesto de carinho a quem materialmente trabalha lá, está ativando o mistério da curimba e saudando os irmãos astrais para que os auxiliem em seus trabalhos.
Para quem consegui ver, há variadas formas que as energias da curimba de se manifestarem e isso depende muito da imantação do dia que se manisfestará, como ondas sonoras raiadas, retilíneas, vórtices , espiraladas etc.
Por isso, o canto e o som é de fato importante na umbanda e nos ritos ali presentes. Pode-se haver incorporação sem curimba, obviamente que pode, e há, porém o desgaste do médium, sua concentração, sua visualização criativa deve ser de fato maior e mais desgastante para o médium e para o guia.
Kátia Heinze Peres

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