sábado, 14 de julho de 2018

Povo Cigano: entenda essa manifestação na Umbanda

Um decreto assinado em 2006 instituiu o dia 24 de Maio como Dia Nacional dos Ciganos no Brasil.
A data faz menção ao 24 e 25 de maio – dias em que prestam-se homenagens no mundo todo a Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano.

Na Umbanda, Santa Sara Kali é sincretizada com Egunitá (Oroiná).

É Linha de Umbanda?

Sim, é uma das mais recentes Linhas da religião.
O Povo Cigano passa a conquistar níveis na espiritualidade dando abertura para o seu grupo trabalhar como Linha de Umbanda.
Esses espíritos que se identificaram com ritos presentes na prática de Umbanda acabam por se embalar pelo som dos atabaques.
Se encantam com as cores dos Terreiros e, por fim, se rendem à dança e magia contida neles.

É importante esclarecer que antes de se fincarem como Linha de Umbanda essas entidades já apontavam em alguns Terreiros.
Entretanto, essas manifestações individuais ainda não caracterizavam um grupo organizado dentro de um nível na escala evolutiva.

Não havia Gira de Ciganos, mas sim Ciganos incorporados em Giras de Esquerda, de Boiadeiro, de Baianos e etc.
Somente o fato de alguns médiuns manifestarem essas entidades, ainda não concedia a esses clãs se mostrarem como uma Linha.

Hoje, a Linha dos Ciganos traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver.
Mas desapego e liberdade não são característica fortes da Linha do Oriente?

Sim, e nesse momento precisamos ressaltar que LINHA DE CIGANO NÃO É LINHA DO ORIENTE.

Veja bem: a primeira não corresponde a um grau evolutivo, e sim a uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano) que se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.
Posteriormente esses espíritos vão receber o aval da espiritualidade para se configurar como Linha de trabalho, e então passam a se manifestar dentro da Umbanda de maneira mais ordenada.

Sendo assim, essas Linhas contém espíritos diferentes, que se manifestam de maneiras diferentes, com propósitos diferentes e que surgem também, em momentos distintos.

Basicamente a Linha do Oriente traz o desapego a concepções já enraizadas no homem ocidental.
E a liberdade desses apegos sociais e emocionais para uma vida mais voltada para o encontro com a espiritualidade e o divino sagrado que se encontra em você.

Já a Linha dos Ciganos vem para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo.
E isso está presente no caráter nômade do povo cigano e de determinados povos.

A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas e etc, são o maior símbolo dessa fusão de credos.

Toda essa forma de entender a vida faz do atendimento com o Povo Cigano um bálsamo pra alma.
A liberdade aqui se refere ao ato de se libertar de circunstâncias que já não te fazem bem.
Libertar-se das frustrações que vão pesando o espírito e acabam se tornando um fardo.
E esse axé vem para trabalhar nesses sentidos.

Por esse motivo, no atendimento dos Ciganos não é frequente o manejo com trabalhos mais densos, como quebra de demandas por exemplo.
É mais comum vê-los ensinando fazer determinada simpatia, dando elementos para que a pessoa manipule e etc.

Questões profissionais, econômicas e também emocionais são muito tratadas por eles (as).

Arriba! Optchá! Salve o Povo Cigano!
Texto: Júlia Pereira

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