domingo, 1 de abril de 2018

SER UMBANDISTA


Alexandre Cumino em JUS mar/17

VIVEMOS NO PAÍS mais católico e
mais espirita do mundo, o que por si só,
 já é uma contradição.
Cerca de 70% da população se diz católica e cerca de 60% crê em
reencarnação. Somos um pais de católicos não pratic
antes, algo
inédito no mundo, um pais onde sua religião é um rotulo (etiqueta)
que se coloca em você por meio de um ritual chamado “batismo”.
Mesmo que você nunca vá à Igreja Católica e não concorde com
nenhum de seus valores e dogmas, ainda assim se considera
“católico não praticante” pelo simples fato de que foi batizado.
Por quê isso acontece aqui no Brasil? Pelo fato de que o batismo
assegura que as crianças estão protegidas do inferno e caso venham
a morrer não vão para o “limbo”. Da mesma forma, deixam
de ser “pagãs” e “hereges”.
Mesmo que ninguém
saiba, teologicamente,
o que
quer dizer “inferno”,
“limbo”, “pagão” e
“herege”; todos tem
certeza que isso é
ruim e te condena
em vida e após a “morte”. E assim temos a receita de como manipular
os números e fazer crer a toda uma população uma identidade
de uma religião que não é praticada nem por 10% destes 70% que
se denominam católicos.
Religião não é um rótulo e sim alguma coisa que você crê e ou pratica.
Confunde-se ser católico com ser cristão, acreditar em Cristo.
Há um outro obstáculo ainda para a construção da pertença e
identidade umbandista: poucas pessoas sabem o que é Umbanda
e, ao se afirmar umbandista, é preciso explicar o que é isso. Muitas
pessoas não estão a fim de ficar explicando o que é sua religião e,
aí dizer que é “católico não praticante” encerra o assunto.
Outros preferem dizer que são espiritas, afinal a Umbanda trabalha
com espíritos, logo sou espírita, certo? ERRADO!
Embora os primeiros umbandistas
se auto intitulassem
espiritas há um contexto
de época para isso.
O espiritismo foi aceito e
regularizado muito antes
que a Umbanda e assim,
naquela época, afirmar que
se era espirita fornecia um
status legal e social.
No entanto, de fato e de direito, ser espirita é seguir a obra
codificada por Allan Kardec, na qual não se aceita ritual, magia,
divindades, altar, velas, símbolos e etc. entre outras coisas que
se chocam com a Umbanda.
E neste quadro, no panorama da religião, o que temos são praticantes
(médiuns, cambones, ogãs etc.) e frequentadores assíduos
e habituais, que em boa parte acreditam, participam e seguem a
Umbanda mas não assumem esta identidade religiosa.
O que falta para
assumir identidade
e pertença religiosa Umbandista?
Para muitos falta ser batizado na Umbanda, por acreditar que só
um ritual pode trocar sua “identidade ou pertença sobrenatural”.
Não sabem que na maioria das religiões; como Judaismo, Islã e
Budismo; nem existe ritual de batismo, o que é uma marca do
cristianismo e das religiões cristãs.
Embora a Umbanda, em sua maioria de templos, se considere
cristã e adote o ritual de batismo; ser umbandista é apenas sentir
afinidade, praticar e/ou frequentar a Umbanda. Ser Umbandista
é crer na Umbanda, apenas isso e simples assim !!!

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