domingo, 9 de dezembro de 2018

Iansã

Iansã, está assentada no trono da lei, onde atua absorvendo os desequilíbrios no campo da lei e da justiça reconduzindo-os.
Iansã é  direcionadora de Olorum, atua em toda a criação para que tudo possa evoluir, tudo e todos somos postos no caminho da evolução. Tendo um aspecto móvel da lei que entra na parte de correção dos desequilibrados no sentido da Lei e da Justiça divina, recolocando no caminho de retidão, permitindo que a justiça seja aplicada. Pois quando não há cumprimento da Lei a justiça também é ferida, Iansã então entra na punição.
Seu campo de atuação é o emocional, como é ela quem direciona e movimenta, iansã retira os seres da estagnação (gerada por desequilíbrios emocionais) e auxilia nos seus encaminhamentos, cortando todos seus excessos, e os colocando de forma correta a serem seguidos.
Além de reequilibrar os excessos da Lei e Justiça, ela serve como amparadora dos que vivem em obediência a lei e a justiça protegendo os que combatem  afrontas a essas, atua ativamente, e não é inconsequente ou emotiva, pois ela é o sentido da lei, lei que não apenas pune, porém a que direciona.

Atua na lei e no direcionamento, movimento e ordem
Elemento Ar
Cores Amarelo

domingo, 2 de dezembro de 2018

Oxum

Há tantas coisas e tantas leituras que temos sobre Oxum que tentarei ser sucinta ao nosso pensamento sobre essa mãe. Oxum esta contida no trono mineral, o mais límpido trono do amor, desenvolvendo sentimentos de amor puro, não apenas o amor de parcerias românticas, mas os mais variados sentidos do amor.  Suas irradiações atuam estimulando os seres no caráter do amor, amor esse muito mais amplo do que nós podemos imaginar, sendo um campo vastíssimo. Dizem que Oxum é vaidosa e sensual, mas ela é assim naturalmente, o que nos remete na realidade ao amor próprio.
Rege a fertilidade e a gestação (o liquido que envolve o feto é campos de mãe oxum), senhora das aguas cristalinas e doces (agua que não vivemos sem) é quem fertiliza, sendo assim ligada a riqueza.
Assim como o rio corre para o mar, Oxum sempre estará intimamente ligada a Yemanjá, donas das falanges de sereias.
Oxum sempre segue em frente, assim como seu ponto de força, matando a sede e nutrindo as matas, Mãe das aguas doces e cachoeiras, Orixá da prosperidade, fertilidade e riqueza interior, ela é o amor, mas aquele amor puro, maduro sentimental e incondicional, muito ligada a maternidade amparando o feto até seu nascimento, então entrega a mãe Yemanjá que sera responsável pelo destino na criança. Mãe Oxum também se liga a inocência e pureza, zelando por seres que nutrem essa qualidade, Seus filhos são sua maior riqueza (eu que o diga!)
Oxum é o amor, e a capacidade de senti-lo.

Oxum é agregadora e conceptiva
Elementos Mineral
Cor rosa
Pedra quartzo rosa

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

XANGO

É o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilibrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.

O Trono Regente Planetário se individualiza nos sete Tronos Essenciais, que projetam-se energética, magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de forças ou irradiações bi-polarizadas, pois surgem dois pólos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e feminino, universal e cósmico.

Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Oro-Iná (divindade natural cósmica do Fogo Divino).

Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Oro-Iná são os pólos magnéticos opostos. Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica por excelência. Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Oro-Iná polariza-se com o eólico Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada.

O Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da linha do Fogo Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas pelos Xangôs regentes dos pólos e níveis vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça Divina. Estes sete Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são multidimensionais e são irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá maior Xangô.

Eles aplicam os aspectos positivos da justiça divina nos níveis vibratórios positivos e polarizam-se com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da justiça divina. Como, na Umbanda, quem lida com os regentes desses aspectos são os Exús e as Pombas-Giras.

Os Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mântricos que não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô Sete Pedreiras, Xangô dos Raios, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos Orixás Xangôs Intermediários. Só que quem usa estes nomes simbólicos não são os regentes dos pólos magnéticos da linha da Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram “humanizados” e regem linhas de caboclos que manifestam- se no Ritual de Umbanda Sagrada comandando as linhas de trabalhos de ação e reação.

Eles são os aplicadores “humanos” dos aspectos positivos da justiça divina.

Logo, se alguém disser: “Eu incorporo o Xangô tal”, com certeza está incorporando o seu Xangô individual, que é um ser natural de 6° grau vibratório, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais regidas por estes Xangôs. Nem no Candomblé se incorpora um Xangô de nível intermediário ou qualquer outro Orixá desta magnitude. O máximo que se alcança, em nível de incorporação, é um Orixá de grau intermediador. Mas no geral, todos incorporam seu Orixá individual natural, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais e, portanto, um irradiador de um dos aspectos do seu Orixá maior.

Temos, na Umbanda, os:

Xangôs da Pedra Branca, Xangôs da Pedra Preta, Xangôs das Sete Pedreiras, Xangô das Sete Montanhas, etc.

Que são todos eles, Orixás Intermediadores e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de pólos energo-magnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos mistérios maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios. E todos estes Xangôs intermediadores são regentes de imensas linhas de trabalho, ação e reação. Ou não é verdade que temos caboclos da Pedra Branca, da Pedra Preta, do Fogo, etc.?

Meditem muito sobre o que aqui comentei, pois em se tratando de Orixás, é preciso conhecê-lo a partir da ciência divina ou nos perdemos no abstracionismo e na imaginação humana. Reflitam bastante e depois consultem seus mentores espirituais acerca do que aqui estou ensinando, irmão em Oxalá.

Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto e licor de ambrosia; flores diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.

sábado, 29 de setembro de 2018

Como entender os Orixás em nossas vidas?

Como entender os Orixás? Como eles podem agir em nossas vidas?

Essa história abaixo eu aprendi e sempre repasso para que todos possam entender de maneira simples.

Deus (Olorum) queria um bolo! Então, pediu a OXALÁ que preparasse um.
OXALÁ, como TUDO QUE CRIA, disse que assim o faria, mas não tinha noção de como seria realizado esse tal pedido…
Então encontrou OXUM e pediu-lhe:

– OXUM, você que é DONA DO AMOR E SABE LIDAR COM OS SENTIMENTOS; convença com sua doçura os Orixás a ajudarem a criar um bolo para Deus.

Oxum disse que assim faria.
E com seu AMOR foi aos poucos convencendo os Orixás a ajudarem a fazer o bolo.

Mas faltava CONHECIMENTO de como iriam começar a realizar tal tarefa.
Então, pediram a OXÓSSI que desse a receita para que o bolo fosse feito.

OXÓSSI, em sua infinita SABEDORIA, se comprometeu a informar quais seriam os ingredientes a serem usados para o bolo.
E assim foi informando um a um. Mas disse:

– Eu sei a receita, mas tenho uma dúvida: qual ingrediente vem primeiro?
Qual a ORDEM? O que vai primeiro? A água? Os ovos? A farinha?
E agora?

Todos ficaram pensativos, mas ele concluiu:
“Quem pode ajudar é OGUM, que irá colocar tudo em seu devido lugar.
Ele é quem irá DIRECIONAR cada ingrediente”. E assim foi feito.

OGUM separou ingrediente por ingrediente e deixou lá, para que assim fizessem o bolo.
Mas então surgiu outro problema: como é que o bolo ganhará sustento?
Como ele terá EQUILÍBRIO?

Foi então que pediram para que XANGÔ equilibrasse e trouxesse sustento para o bolo.
Afinal, tudo tem a medida certa, e melhor não exagerar na dose.
Assim XANGÔ deu a ‘medida’ para que nada a mais fosse colocado no bolo que seria feito para DEUS…

Mas quem iria misturar todos os ingredientes e TRANSFORMAR aquilo em bolo?
Quem iria fazer com que ovos, farinha e outras coisas TOMASSEM FORMA?
Alguém precisava fazer o bolo, bater a farinha junto com o ovo até virar massa, e assim por diante…

Foram falar com OBALUAYÊ, que na hora se colocou à disposição e começou a misturar cada elemento, até o bolo começar a tomar seu formato.
Ingrediente por ingrediente, calmamente, OBALUAYÊ foi aos poucos misturando um a um, fazendo com que tudo o que foi separado, na dose certa, começasse a ter o formato de um bolo.

– Mão na massa OBALUAYÊ! – disse OXALÁ.
– Ótimo! – exclamaram os Orixás. Mas o bolo ainda não estava pronto.
– Ainda falta alguma coisa, pensaram eles. Depois de tudo feito, é preciso dar vida ao bolo!

Precisamos de um ‘forno’ para que se comece a GERAR dos elementos crus um delicioso e saboroso bolo e então levaram o bolo a IEMANJÁ.
Pediram a Ela que colocassem o bolo em seu forno para que assim fosse dado VIDA a ele.
IEMANJÁ se encarregou de GERAR aqueles elementos, ainda crus, e que resultariam num bolo para DEUS.

É hora de assar o bolo e OMOLU, junto a IEMANJÁ, se encarregou para que o bolo não queimasse e ficasse pronto na hora certa.
Afinal, quando algo tem que ser gerado, tem um TEMPO DETERMINADO.

E NANÃ também colaborou para que todos aguardassem com parcimônia que o produto final fosse depurado ao forno e assim ficasse pronto no momento certo.
Paciência para o bolo crescer!

E o bolo ficou pronto! Mas será que o bolo ficou bom?
Quem daria um bolo a DEUS sem experimentá-lo antes?
Quem está à frente de tudo e se coloca como o primeiro ou a primeira a enfrentar qualquer situação que seja?

EXU e POMBAGIRA apresentaram-se e experimentaram o bolo e, junto aos outros ORIXÁS, levaram o bolo pronto para DEUS!

***

Como entender os Orixás? Com certeza essa história acima simplifica sua atuação em nossas vidas.
Mas também ajuda a mostrar a forma como tudo é criado, repleto de sabedoria, mas na medida certa.

Deus nos dá aquilo que precisamos e não aquilo que por vezes queremos.
Eu entendo que os Orixás são, além de forças, qualidades de Deus que atuam sempre em nossas vidas direta ou indiretamente.

Muitas vezes pedimos a Deus que nos dê saúde sempre em nossos dias.
Mas um dia contraímos uma gripe ou outra doença qualquer.
O que aconteceu? Pedimos uma coisa e vem outra?

Pois bem, mas se eu tenho uma doença é porque algo em mim não vai bem, correto?
Então eu me ajoelho, elevo meu pensamento a Deus e peço a ele que atue em minha vida e cuide de minha saúde.
Mas, como eu disse, se algo em minha vida não vai bem, eu preciso fazer uma auto-análise:

Será que esse problema de saúde é devido ao meu relacionamento não ir bem e estar me desgastando?
Será que minha saúde vai mal porque fanatizo meu lado religioso?
Será que sou rigoroso demais?
Será que acho que tenho sempre razão e não ouço a ninguém?
Vivo sempre na minha verdade e pronto?
Será que é porque não estou disposto a mudar?
Em cada aspecto de minha vida, posso ter atuação de um ou mais Orixás?

Sim!

Posso ter Oxalá trabalhando meu lado religioso.
Oxum atuando em meus aspectos amorosos, no convívio de familiares ou parceiros.
Ogum me direcionando e Xangô me trazendo tudo na medida certa.

Muitas vezes, precisamos da força de Obaluayê para evoluir e sair de uma realidade e seguir para outra, a partir de nossa mudança interior.
E precisamos de paciência e depuração, que Nanã nos ensina sempre.

E nada melhor que sermos envolvidos na força de nossa amada mãe Iemanjá e começarmos a gerar, a partir de nós, a mudança que queremos para nossas vidas!

Enfim, para mudar da doença para a saúde perfeita, depende somente de nós, de nossas atitudes e de como tratamos nossas vidas.

A atuação de nossos Orixás vai muito além do que podemos imaginar; o que conhecemos não chega nem a 1% do que Deus é capaz de realizar…

Mas, para ter ao menos uma base para o que falamos, é necessário estudar e procurar aprender cada vez mais.

Então, como entender os Orixás é simples, mas requer dedicação.
Afinal, para ser UMBANDISTA é necessário ter inteligência e não ser acomodado.



Colaborou Junior Pereira, médium do Templo Espírita Seara da Esperança – Eternos Aprendizes

sábado, 22 de setembro de 2018

Espíritos zombeteiros: quem são e o que podem causar?

Espíritos zombeteiros recebem diferentes nomes dependendo de cada região do Brasil e até de cada Terreiro.

Depois de tomar consciência do seu desencarne, o espírito de baixa evolução não aceita ajuda do Alto que não permite que ele continue a conviver com os encarnados e continua a vivenciar seus vícios e a negativar seu mental.

Energeticamente, ele passa a cair de faixas vibratórias e assumir seu polo negativo.
Agregam-se a espíritos com o mesmo padrão energético formando falanges e assumindo um grau dentro da hierarquia das trevas.
Aprendem a manipular energias e as usam contra seus desafetos encarnados e contra os trabalhadores da Luz.
Unem-se a encarnados praticantes de magia negativa e, muitas vezes, se fazem passar por algum Exu.
Mas não passam de espíritos trevosos de pouca evolução.



Um Exu, trabalhador da seara umbandista, trabalha para a Lei nas trevas, e nada faz sem a permissão do Alto.

Um Exu de Lei pode tanto assumir sua fisionomia humana como a de qualquer criatura.
Pois são trabalhadores que, amparados pelo Trono do Alto, trabalham nos domínios do Trono do Embaixo.

Já um quiumba, representante de espíritos zombeteiros, não tem mais a sustentação energética do Trono do Alto para o amparar.
Pois está vibratoriamente muito baixo, e passa a ser amparado pelo Polo Negativo daquele Trono.

O Polo positivo que moldou sua aparência humana não consegue mais enviar energias para dar sustentação a esta aparência.
E então o ser passa a “perder” sua fisionomia e a assumir aparências monstruosas.

Os quiumbas obsediam uma pessoa encarnada para vivenciar seus vícios, para se vingar ou para agradar algum encarnado que, através de magia negativa, solicitou seus serviços.

É o uso da mentira, da enganação.

Mesmo nas trevas, há uma Lei que os rege.
Uma demanda de morte contra algum encarnado não matará, mas ele poderá sofrer um grave acidente para que se apegue mais a Deus e dê mais valor a sua Vida.
Mas se esta pessoa se revoltar, eles poderão incitá-lo ao suicídio, ao uso de drogas, etc.
Mas a escolha, mesmo que inconsciente, é do encarnado.

Quando o demandado é um médium com uma missão a cumprir, ele alguma hora irá procurar ajuda e iniciará sua missão espiritual (virá pela dor!).
Muitas vezes, os protetores desse médium tomam a sua frente para receber estas cargas negativas e não machucar demais seus protegidos.

Os quiumbas se locomovem facilmente, sabem volitar, plasmar armas e manipular energias que são pedidas aos seus amigos encarnados através de oferendas.

O encarnado obsediado por um quiumba sentirá todos seus sentimentos negativos desequilibrados como ódio, raiva, rancor, revolta, descontrole emocional.
Egum escravo poderá ser escalado para permanecer ao lado daquele encarnado e lhe prejudicar a saúde física e mental, sugando sua energia vital.

Uma hora ou outra a Lei Maior interferirá nas ações deste quiumba.
Então, ele será capturado por um Exu de Lei e a Eles passará a prestar contas.
Depois de um tempo será esclarecido e, se for de sua vontade, permanecerá na falange daquele Exu, passando ele também a trabalhar para a Lei Maior.

A Umbanda trabalha incansavelmente combatendo estes espíritos trevosos ou espíritos zombeteiros.
E trabalha protegendo os encarnados, desmanchando magias negativas e amarrações através de suas entidades que trabalham para a Lei Maior.

Texto de Marcia Conti



ENTENDA!
O QUE SÃO EGUNS?
Eguns, na Umbanda, são espíritos que ainda não adquiriram um grau de consciência e nem mesmo sabem que estão desencarnados.
Podem se tornar obsessores quando se ligam a algum encarnado para, por exemplo, vivenciar seus vícios materiais (álcool, droga, sexo, etc..).
Ou ainda por não admitirem se afastar de algum encarnado (esposa, filhos, amigos) e até para se vingarem de seus inimigos.

Os Eguns ficam vagando em nosso meio e às vezes são aprisionados por “quiumbas” (seres que já sabem que são desencarnados e fogem do auxílio).
Nestes casos, são escravizados e muitas vezes usados para sugarem energia de encarnados, sempre a mando dos quiumbas.

O QUE SÃO QUIUMBAS?
Quiumbas (ou kiumbas) são seres desencarnados que apresentam um grau de evolução muito rudimentar.
São os verdadeiros espíritos zombeteiros.
Podem ter sido encarnados que tiveram uma vida de violência, tortura e maldade e, assim, quando desencarnados, ainda vibram uma energia muita baixa, que vai levar mais tempo para serem encaminhados para o Bem.
Muitos atrapalham a vida dos encarnados e, quando confrontados, ainda mentem dizendo que são Exus, Pombagiras, etc.
A verdade é que não são, mas querem nos confundir.

sábado, 15 de setembro de 2018

Matança de animais na Umbanda: por que não há (e não deve haver)?

Matança de animais de cunho religioso é um tema controverso.

A Umbanda é uma religião que se utiliza de conhecimento de outras religiões, entre elas, o Catolicismo, o Espiritismo, Xamanismo, Candomblé, etc.
Trata-se de uma religião totalmente brasileira e de forte influência cristã.

Tudo que é cristão aceita Cristo como seu Senhor e salvador.
Não é à toa que, na Umbanda, Oxalá está sincretizado com nosso senhor Jesus Cristo.
No Velho Testamento, Deus aceitava sacrifícios (ou matança de animais).

No Novo Testamento, Jesus foi o último cordeiro (por isso dizemos “sangue de Jesus tem poder”).
Com a crucificação de Jesus, todos os pecados da humanidade foram perdoados e, portanto, dispensa qualquer outro tipo de sacrifício.

Para uma religião cristã, o arrependimento verdadeiro é suficiente para cura dos pecados.
Uma pessoa que se arrepende verdadeiramente é para o “trono da fé” uma outra pessoa.
Um exemplo claro disso é o perdão que Jesus deu a Judas (seu traidor) e aos bandidos que com ele foram crucificados.
A cura na Umbanda é dada e atingida por atos, por livre arbítrio.
E também por merecimento, por ganho de consciência de si próprio e não com a matança de animais.

Já o Candomblé, por sua vez, não é uma religião cristã, mas tem suas raízes na África e trata o sacrifício ou matança de animais dentro de uma outra leitura.
Porém, não é porque se aceita sacrifício que os animais devem sofrer.

Matança de animais em Terreiros de Candomblé sérios são feitas com todo cuidado.
Aqueles animais são preparados, rezados, criados, abatidos e entregues ao ‘Santo’.
E depois, suas partes servem de alimento aos médiuns.
O que não pode ser aproveitado (como vísceras, patas, etc.) é dado ao Santo.

Diferente dos cultos de magia negativa onde animais sofrem.
Nestes cultos, o intuito é fazer com que as pessoas (“vítimas da entrega”) sejam afetadas pelo trabalho do baixo astral.
Quando o assunto for “sacrifício ou matança de animais”, a primeira coisa a esclarecer é: são coisas totalmente diferentes
Umbanda, Candomblé, Quimbanda, etc., cada um tem sua ritualística.

A segunda coisa a observar é que cada Casa (independente da religião) tem a sua doutrina.
Casas de Umbanda que aceitam ou praticam sacrifícios animais não podem ser chamadas de Umbanda.
No máximo, “Umbandomblé”.



CUIDADO COM A HIPOCRISIA RELIGIOSA

Muitas críticas são feitas ao Candomblé pela matança de animais.
Porém, muitos destes críticos comem carne bovina na churrascaria, carne de porco no domingo, carne de frango no regime, peixe na praia, etc.
Vamos lembrar que “hipocrisia” é o ato de exigir do outro aquilo que não se pratica.
Pessoas que moram em sítios e cidades interioranas abatem galinhas quebrando-lhe o pescoço antes de servi-las como alimento.
Pescadores deixam os peixes morrerem sufocados em seus barcos.
O fato de você não saber a procedência da morte de um bicho que vai à sua mesa não altera sua conivência e responsabilidade para com a morte daquele bicho.

Pessoas que criticam o Candomblé pela matança de animais não sabem que eles também são servidos de refeição na sequência.
Bichos que morrem cruelmente ou tem seus restos mortais expostos com cunho maquiavélico em espaço urbano são dedicados à magia negativa e não traduzem a Umbanda (e nem o Candomblé).
A maldade está no ser humano e não na religião.

Matança de animais é, na verdade, um termo equivocado.
O fato de você ser ou não umbandista não o exime de respeitar a religião alheia.
Vivemos em um país laico, isso significa que há a liberdade religiosa.
Há de se observar as leis ambientais contra sofrimento animal.
Porém, aquele que se mata para ser servido de alimento é tolerado.
O que é difícil é colocá-lo e aceitá-lo dentro de certa religião.

Fonte: Blog do Baiano Juvenal

sábado, 8 de setembro de 2018

Insegurança mediúnica: iniciantes ou experientes, todos estão sujeitos

A insegurança mediúnica pode ocorrer a qualquer médium, seja mais experiente ou em desenvolvimento.

Existe uma dicotomia sobre a mediunidade e sua manifestação de forma segura no início do desenvolvimento.
E também, porque não, durante as primeiras manifestações?

Isso é aceitável e comum, pois o médium está vivenciando algo bem diferente do ordinário da vida material.
Chamamos de Insegurança Mediúnica.

Mas algumas vezes a insegurança acaba perseguindo os médiuns durante todo o processo de desenvolvimento.

Segundo o Vovô Francisco do Congo, é algo até saudável.
Isso porque mantém nossos pés no chão e não vamos querer criar algo que não existe, como muitas manifestações teatrais que vemos por aí.

Contudo, quando a insegurança mediúnica é em excesso, acaba prejudicando o processo de incorporação.

O ideal é que consigamos, assim como tudo, encontrar o equilíbrio!

Para isso precisamos ter a consciência de que estamos trabalhando em comunhão com uma entidade espiritual e não apenas permitindo que ela trabalhe sozinha, mas também que apesar dela estar em parceria conosco, é ela quem deverá tomar a liderança.

Em outras palavras: Devemos deixar a entidade trabalhar!

O caso mais emblemático que vemos são os de animismo e mistificação.
Eles podem ser graves para o médium, para o consulente e também para a casa espiritual.

Não há uma dica fácil para seguir nesses casos.
O mais indicado é sempre manter o trabalho caritativo, sem interesses pecuniários, sem ostentações.
E sempre combatendo nossas paixões inferiores.

Temos que ter a ciência de que estamos trabalhando com um espírito para o bem de todos e não para que sejamos exaltados como santos ou heróis.

A mediunidade é um bem precioso e quando bem trabalhada irá proporcionar a você muita felicidade.
E sem necessariamente alguém ter que exaltar suas façanhas. Até porque não são suas.

Caso você se encontre com muita insegurança mediúnica, converse com seu dirigente.
E tente fazer exercícios de centramento e alinhamento de chacras.

Também pode ocorrer o processo inverso, o excesso de confiança.
Nesse caso é onde veremos os “supermédiuns” com suas façanhas intermináveis.
Porém, aqui notamos o claro desvio da finalidade mediúnica, onde possivelmente os mentores – de fato – não conseguem mais se manifestar.

Vamos encontrar médiuns que falam sobre a vida conjugal alheia, tentam adivinhar o futuro, sugestionam que possíveis traições estão ocorrendo e até mesmo quanto tempo de vida ainda resta a alguém.
Devemos tomar cuidado nestes casos também.

A vida do médium é cercada de reflexões.
Devemos estar sempre em profunda meditação sobre nossos atos e nossos aprendizados.

A nossa mediunidade, segundo diz o Caboclo Rompe Mato, é muito mais para nos ajudar (no caso evoluir moralmente) do que ajudar aos terceiros.
Pois quem ajuda os terceiros são os mentores.

Vamos usar esse dom para algo que realmente valha a pena!

E assim também vamos eliminando a insegurança mediúnica.

sábado, 25 de agosto de 2018

Palmas e cantos, tambores e sons na Umbanda

Palmas e cantos, assim como a presença de atabaques e dos Pontos Cantados dão vida à Umbanda.

E todos podem auxiliar para que as Giras sejam cada vez mais fortalecidas e vibrantes!

A importância de bater palmas e cantos para acompanhar o toque do atabaque junto com quem comanda os trabalhos é essencial na Umbanda.

A energia gerada pela soma das ações de todos estimula, vibra e modifica os ambientes.
E assim eles se tornam favoráveis à nossa prática religiosa.

São muitas as culturas que fazem uso da música como forma de se religar com o Divino.
E não apenas com o som, mas com a dança também.

A música, as palmas e cantos, os ritmos, etc, estão aí, desde os tempos mais remotos.
Eles colaboram para criar um vínculo mágico e astral com o plano espiritual.

E a Umbanda não só reconhece como também faz uso deste mesmo conhecimento primordial.

Todo som produz frequência de ondas eletromagnéticas que, se vibrada no tom e na cadência certa, pode atingir as mais variadas esferas astrais.

Daí a importância dos atabaques (tocado com as mãos dos atabaqueiros ou ogãs).
Dos Pontos Cantados (orações na forma de cântico, com letra e melodia próprias a cada Orixá ou alma trabalhadora da Umbanda)
Dos umbandistas presentes nas Giras, que com suas palmas e cantos ritmados auxiliam na composição do ambiente.

Assim, se um dia você estiver de visita a uma Casa de Umbanda e lá os trabalhos usarem ‘tambor’, palmas e cantos, participe!

Doe seu próprio corpo, com palmas e cantos para ajudar a não apenas segurar a corrente espiritual que se sustenta o templo, como também para alcançar as diversas esferas do plano espiritual. E não tenha vergonha de soltar a voz!
A harmonia das palmas e dos sons facilitam para que os médiuns se desliguem das distrações terrenas.

Assim, podem se concentrar inteiramente no ritmo dos pontos.

Dessa forma, facilitam a incorporação do médium, que fica adormecido momentaneamente.

Assim, todos podem ajudar para que o atendimento espiritual seja o melhor possível.

Todos ajudam a manter os pensamentos focados na energia circundante e na alegria de pertencer a esta maravilhosa religião, onde a soma de todos é infinitamente maior quando a verdadeira fé nos une!

sábado, 18 de agosto de 2018

Orixás pertencem a alguém ou alguma religião?

Já imaginaram o Papa reclamar o direito exclusivo em cultuar e amar a Jesus e os demais santos católicos e dizer que todas as outras religiões cristãs deveriam “devolve-los” para Roma?

Se fosse assim, nós umbandistas teríamos que nos desfazer de nosso sincretismo com os santos e, inclusive, seríamos acusados de deturpar o culto aos mesmos, já que somamos a eles os valores “afro-ameríndios”.

Ouvimos falar que certos Orixás não são da Umbanda.
Bem, de quem eles são então?
Divindades têm donos?

Podem alguns Orixás ser de Umbanda e outros estarem nela por engano?

Ao que sabemos, todos os Orixás tem a mesma Origem Iorubá, a mesma origem nos Cultos de Nação, onde na África cada Nação tinha o culto voltado ao seu Orixá, considerado o ancestral de todos ali.

Mas o Orixá tem vida própria: ele é divindade, é um Trono de Deus.

Não precisa de nós para existir e sim nós é que precisamos deles para existir.
Mesmo que muitos de nós não saibamos disso.

Para atender as necessidades de diferentes grupos sócio-culturais surgem novas religiões, pois a cada dia surgem novas realidades.
Mas é sempre o mesmo Deus e, claro, as mesmas divindades que ressurgem.
Às vezes, ressurgem com nomes diferentes e outras vezes com os mesmos nomes.

Os Orixás aparecem na Umbanda, mas já dentro de um outro contexto.
E é diferente dos Cultos de Nação, pois é uma religião diferente.

O Preto Velho, que para os Cultos de Nação é “egum” e não incorpora no mesmo “chão” que o Orixá, por sua vez nos apresenta os Orixás, todos quantos conhece no Astral, todos quanto cultuam em espírito na “Aruanda”.

E aqui na Terra, na matéria, ainda se discute se estes Orixás pertencem à Umbanda.

Que dúvida podemos ter?

Se quem os apresenta a nós é o mesmo Preto Velho, não há dúvidas.
Pois somos filhos destes Orixás.

O filho reconhece o Pai e o Pai reconhece o filho.

Não teria o filho de mudar de religião, para continuar com o mesmo Pai ou Mãe, já que uma vez reconhecida a paternidade divina dos Orixás, pouco importa o que outros digam: o que importa é que ali ele foi apresentado ao filho.

Apesar de termos um Pai e Mãe de Cabeça, somos filhos de todos Orixás!

Orixás pertencem a todos, pois todos somos filhos Deles (as)!
Foto: Jefferson Peixoto/Ag. Haack – Reprodução

sábado, 11 de agosto de 2018

O Mistério do Orixá Ancestral, de Frente e Adjuntó

Orixá Ancestral, de Frente (ou de Cabeça) e Adjuntó é um assunto muito buscado na Umbanda.

Uma dúvida, e a que mais incomoda os umbandistas é sobre seu Orixá.
Nós sabemos que Orixá Ancestral não é o mesmo que Orixá de Frente ou Adjuntó.
O Orixá Ancestral está ligado à nossa ancestralidade e é aquele que nos recepcionou assim que, gerados por Deus, fomos atraídos pelo Seu magnetismo divino.

Todos somos gerados por Deus e somos fatorados por uma de suas divindades.
É Ele que nos magnetiza em sua onda fatoradora e nos distingue com sua qualidade divina.

Uns são distinguidos com a qualidade congregadora e são fatorados pelo Trono da Fé.
E, se forem machos, é o Orixá Oxalá que assume a condição de seu Orixá Ancestral.
Mas, se for fêmea, aí é a Orixá Oyá-Tempo (Logunan) que assume sua ancestralidade.

Uns são distinguidos com a qualidade agregadora e são fatorados pelo Trono do Amor.
E, se forem machos é o Orixá Oxumaré que assume a condição de seu Orixá Ancestral.
Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Oxum que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade expansora e são fatorados pelo Trono do Conhecimento.
E, se forem machos, é o Orixá Oxóssi que assume a condição de seu Orixá Ancestral.
Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Obá que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade equilibradora e são fatorados pelo Trono da Razão.
E, se forem machos, é o Orixá Xangô que assume as suas ancestralidades.
Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Egunitá (Oroiná) que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade ordenadora e são fatorados pelo Trono da Lei.
E, se forem machos, é o Orixá Ogum que assume suas ancestralidades.
Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Iansã que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade evolutiva (transmutadora) e são fatorados pelo Trono da Evolução.
E, se forem machos é o Orixá Obaluayê que assume suas ancestralidades.
Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Nanã que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade geradora e são fatorados pelo Trono da Geração.
E, se forem machos, é o Orixá Omulu que assume suas ancestralidades.

Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Iemanjá que assume suas ancestralidades.

Observem que não estamos nos referindo ao espírito que “encarnou” no plano material e sim ao ser que acabou de ser gerado por Deus e foi atraído pelo magnetismo de uma de suas divindades, que, por serem unigênitas (únicas geradas) transmitem naturalmente a qualidade que são em si mesmas aos seus “herdeiros”, aos quais imantam com seus magnetismos divinos e dão aos seres uma ancestralidade imutável.

Pois é divina e jamais deixará de guiá-los, porque a natureza íntima de cada um será formada na qualidade que o distinguiu, fatorando-o.

Alguém pode reencarnar mil vezes e sob as mais diversas irradiações que nunca mudará sua natureza íntima.
Agora, a cada encarnação, ele será regido por um Orixá de Frente ou de Cabeça (que o guiará enquanto viver na carne).
E será equilibrado por outro Orixá que será o auxiliar (o Adjuntó) desse Orixá “da Cabeça”.
Usamos o termo “Orixá da Cabeça” porque ele regerá a encarnação do ser e o influenciará o tempo todo, pois está de “Frente” para ele.

Sim, o Orixá da Cabeça está à nossa frente nos atraindo mentalmente para seu campo de ação e para o seu mistério.
Mistério ao qual absorveremos e desenvolveremos algumas faculdades regidas por Ele.

Já o Orixá Adjuntó é um equilibrador do ser e atuará através do seu emocional.
E isso, ora estimulando-o e ora apassivando-o.
Pois só assim o ser não se descaracterizará e se tornará irreconhecível dentro do seu grupo familiar ou tronco hereditário, regido pelo seu Orixá Ancestral.

A dúvida dos médiuns e dos umbandistas se explica pela precariedade dos métodos divinatórios usados para identificar o Orixá da Cabeça e seu Adjuntó.

Daí, vemos pessoas reclamarem que a cada Babalorixá ou Ialorixá que consultaram deu um Orixá diferente a cada consulta.
E isso cria uma confusão e leva ao descrédito geral.
Esta queixa é muito comum e não são poucos os médiuns que estão confusos porque uma consulta diz que é filho desse Orixá e outra consulta diz que é filho de outro Orixá.

Nós dizemos isto: na ancestralidade, todo ser macho é filho de um Orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um Orixá feminino.

Na ancestralidade, Orixá masculino só fatora seres machos e os magnetiza com sua qualidade, fatorando-os de forma tão marcante que o Orixá feminino que o secunda na fatoração só participa como apassivadora de sua natureza masculina.
E o inverso acontece com os seres fêmeas, onde o Orixá masculino só participa como apassivador dessa sua natureza feminina.

Portanto, no universo da ancestralidade dos seres machos há sete Orixás masculinos e na dos seres fêmeas há sete Orixás femininos.
Também há sete naturezas masculinas e sete naturezas femininas, tão marcantes que é impossível ao bom observador não vê-las nas pessoas.

Saibam que, mesmo que o Orixá da Cabeça ou de Frente seja, digamos, a Orixá Iansã, ainda assim, por trás desta regência, poderemos identificar a ancestralidade se observarem bem o olhar, as feições, os traços, os gestos a postura, etc.
Pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência da encarnação, mas não anulada por ela.

E o mesmo se aplica ao Orixá Adjuntó, pois podemos identificá-lo nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é através do emocional que ele atua.

Outra forma de identificação é através do Guia de frente e do Exu Guardião dos Médiuns.
Mas esta identificação exige um profundo conhecimento do simbolismo dos nomes usados por eles para se identificarem.
E também, nem sempre o Guia de frente ou o Exu guardião se mostram, pois preferem deixar isto para o Guia e o Exu de trabalho.

Saber interpretar corretamente o simbolismo é fundamental.
Então, que todos entendam isto:

• Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que ele foi gerado por Deus e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima, imutáveis e eternas;
• Orixá de Frente (ou de Cabeça) é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção na qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno;

• Orixá Adjuntó é aquele que forma par com o Orixá de Frente (ou de Cabeça), apassivando ou estimulando o ser, sempre visando seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente.

É por isso também que muitos encontram em si qualidades de vários Orixás.
A cada encarnação há a troca de regência da encarnação.

E, nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.

Afinal, se somos “humanos”, absorvemos energias e irradiações, magnetismo e vibrações de todos eles. Certo?



Fonte: Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, Editora Madras

sábado, 4 de agosto de 2018

Afastar obsessores ou energias negativas: saiba como deve proceder

Afastar obsessores ou energias negativas para bem longe de si é possível.
E sem complicação.

E nos dias de hoje é muito comum nos sentirmos pra baixo, como se um peso enorme estivesse sobre nossos ombros.

Talvez a melhor resposta para isso seja a fé. Explicaremos.

Você pode ler mil e uma formas de se livrar das energias ruins.
Ou então fazer banhos de descarrego receituados na Umbanda.
Ou ainda aguardar ansiosamente o dia da Gira e pedir para que a entidade faça uma limpeza em você.

Mas se você não mudar seus pensamentos, emoções e ações, é quase como se os obsessores saissem de perto por alguns momentos e
logo mais te aguardassem ali na porta para caminharem junto a você.

Tudo é energia. Tudo mesmo!

Albert Einstein disse:
“Sintonize a frequência que você deseja e esta é a realidade que você terá; isso não é Filosofia: é Física”.

E por mais que saibamos que existem sim espíritos que podem pesar em nosso campo energético e espiritual, o antídoto está
dentro de nós mesmos.

E afastar obsessores e energias ruins começa na mente, na maneira que enxergamos a vida, a cada dia.

Pensamentos e sentimentos de gratidão alteram nosso campo energético.
Aconteceram coisas ruins a você?
Sua vida anda complicada, cheia de problemas?
Cabe a você melhora-la.

O passado já passou. Agradeça por isso.
O que quer que esteja acontecendo em sua vida, já foi, é passado.
Esqueça, não dá mais para mudar isso.
Você escolhe, no presente, o que quer fazer.

Muitos ficam remoendo o passado, achando que tomaram decisões erradas que trouxeram os problemas para a atualidade.
Outros miram só o futuro e esquecem que a vida acontece a todo momento.

Esquecem de viver hoje!

A responsabilidade pelo que aconteceu com você nem sempre é sua.
Exemplos:

– Bateram no seu carro;
– Você teve uma emergência médica;
– Surgiu um novo imposto para pagar, etc.

A maneira como você vai reagir a tudo isso é sim sua responsabilidade!

Você decide o que quer pensar e como agir.

Vai fazer um B.O. ligar para a seguradora e resolver o acidente ou vai chorar, espernear e brigar com o outro motorista?
Vai cuidar do seu problema de saúde ou vai ficar se lamentando a cada um que cruzar o seu caminho?
Vai pagar o imposto, contestá-lo nos órgãos competentes, ou ficar xingando o Governo?

Tenha fé em si mesmo, acredite. O poder já está aí dentro.
Na Umbanda, nossos Guias e Orixás nos amparam, atendem e aconselham. Mas o que fazemos é com a gente.

Não seja vítima; não faça mimimi.

Felicidade é resolver problemas, crescer com eles.
Quando você deixa a culpa, o desespero, a tristeza a as lamentações tomarem conta do seu ser, afastar obsessores fica mais complicado.

Primeiro você terá de resgatar sua fé, acreditar em si e em nossos Guias e Orixás.
Depois, a cada pensamento-ação-oração positiva, as energias ruins irão se dissipar.

Quando oramos e vigiamos nossos pensamentos, temos a chance de elevar nossa vibração, e como consequência mudamos as nossas atitudes.

Por mais que você acredite que tenha agora (ou venha a ter no futuro) inimigos espirituais, você escolher como combate-los.

Um estudo do Instituto Hearth Math, na Califórnia, analisou como os pensamentos de amor e de gratidão alteram para melhor a nossa condição cardíaca e, como consequência, ampliam o nosso campo eletromagnético.

Por mais que você se sinta “melhor” depois de limpezas energéticas ou coisas do tipo, saiba que você precisa mesmo é cuidar
da sua limpeza de pensamentos e sentimentos.

Certa vez, em consulta, o Sr. Exu Sete Trevas me disse:

“Agora não adianta ficar pensando no que fez ou deixou de fazer. O que tá acontecendo na sua vida hoje você plantou lá trás, uma, duas luas atrás. Você tem agora é que decidir o que você quer colher lá na frente e plantar já.”

Laroyê Seu Sete Trevas!

Ajudou a afastar obsessores e ‘me ensinou a pescar’.
Já o peixe, esse é por minha conta.

sábado, 28 de julho de 2018

NANÃ

Nanã tem como uma de suas características marcantes a maleabilidade.

Ela desfaz o que está paralisado nos seres, dando-lhes mais movimento. Quando a pessoa estaciona num padrão vibratório negativo (pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas negativas, fica impermeável às sugestões do Bem.

Neste caso, ele será atraído para o campo de Mãe Nanã, para se tornar mais flexível.

Outra característica de Nanã é a decantação. Ela trabalha os seres em seus vícios, desequilíbrios e negativismos, fazendo uma espécie de filtragem dessas energias desequilibradas.

E isso acontece porque Ela é um Orixá “água-terra”.

O seu primeiro elemento de atuação é a água e o segundo é a terra.

O elemento água dá maleabilidade ao que estava endurecido, “amolece”, torna permeável, permite adquirir e absorver outros valores. Então, a terra se junta à água, formando “um barro” que absorve os negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo que ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi estabilizado na pessoa ele poderá recomeçar sua evolução.

Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã.

Pense num lago. Um lago tem a superfície calma, águas tranquilas, tudo parece estar parado. Porém, quando você atira nele qualquer coisa, verá que ele puxará para o fundo e decantará silenciosamente.

Assim é a energia de Nanã, a mais velha das Mães das Águas.

Ao decantar nossas emoções e sentimentos Ela também pode nos curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional como raiva, inquietação, impaciência, ansiedade, nervosismo, ciúme, inveja, etc.

Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã nos acalma e nos transforma.
Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras palavras: evoluímos.

Relações
Irradiação: Decantação e Evolução
Campo de atuação: Evolução e Transmutação
Elementos: Água e Terra
Cores: Lilás (também Roxo e Rosa)
Data comemorativa: 26 de julho
Dia da semana: Domingo
Sincretismo: Nossa Senhora de Santana

sábado, 21 de julho de 2018

Um conto de Preto Velho: o encontro

Conto de Preto Velho. Verdadeiro? Talvez.

Muitas destas histórias são verdadeiras.

***

Acordaram cedo naquele dia.
Poderia ser um dia destinado ao lazer, mas não era.
Levantar tão cedo naquele domingo representava muito para aquele casal.
Fazia parte da luta que travavam contra uma doença até então desconhecida pelos médicos e especialistas.

O menino que já contava dez anos de idade parecia ter muito menos.
Olhos fundos, boca aberta sem forças para se manter fechada ou esboçar algum sorriso.
Franzino, tinha dificuldades na escola, não conseguia acompanhar fisicamente o ritmo das outras crianças de mesma idade.
Mas seu raciocínio era perfeito.

Trazia em seu íntimo uma inteligência única.
Sua capacidade de assimilar, de aprender era espantosa.
Aprendera andar, falar, enfim as coisas básicas que as crianças levam um determinado tempo para aprender, em bem menos que o comum.
Até os sete anos de idade tinha uma boa saúde, como qualquer criança normal.
Muito ativo, seus pais nunca tiveram preocupações com coisas além das traquinagens do dia a dia.

Mas agora era diferente.
Os médicos não diziam nada.
Nada explicava aquela apatia que se abateu sobre o garoto havia quase três anos.
Os exames médicos foram insuficientes para diagnosticar a trama astral contra aquele espírito.

O garoto que viera encarnar com a missão de redirecionar outros espíritos afins, de volta ao caminho da evolução, agora penava nas garras de vampiros do astral.
Seus pais, católicos por conveniência, não acreditam nessas coisas.

Aquele seria o último recurso.
Quando nada mais convencia, quando os médicos simplesmente disseram que era um caso raríssimo que ninguém sabia dizer o que era, foi um jovem médico, estagiando num dos muitos hospitais os quais aquele menino passou, muito encabulado, que disse aos pais:

– Tentem levá-lo a um benzedor, um curandeiro. Isso parece coisa do outro mundo…

Na hora, o pai quase agrediu o médico, que foi ridicularizado pelos companheiros de profissão.
Depois refletiu e cedeu às circunstâncias.

Agora, dentro daquele ônibus, iam em direção a um bairro bem afastado da cidade, um lugar pouco convidativo, indicado por um vizinho da família.
Disse que a pessoa era de confiança e não cobrava nada; só tinham que ir até lá.
Foram quase duas horas de trajeto dentro do ônibus em direção àquela periferia.

Desceram no ponto final e seguiram o mapa mal feito em papel de embrulho.
Entraram numa viela, ou melhor, num caminho no meio do mato mesmo, e visualizaram um casebre no fundo.

Ao pisarem naquela entrada, o garoto ficou estranho, arregalou os olhos e uma expressão de pavor tomou conta de seu rosto.
Na porta da casinha apareceu um senhor de feições agradáveis, sorriso discreto e um cigarrinho de palha no canto da boca.
Estava a uns trinta metros daquele homem e o garoto ficava cada vez mais desconfortável e medroso.

Ao se aproximarem o senhor disse:

– Estava esperando vocês. Entrem, traga-o até aqui – falou com voz firme.

Os pais se entreolham e perguntam através dos olhares o que estava acontecendo.
Ninguém havia marcado hora com ele. Como sabia que estavam vindo?

O garoto se desespera e o pai faz menção de ir embora. E internamente se questiona:

– O que estou fazendo aqui, meu Deus?

O homem volta à entrada da casa e diz mais uma vez firme:

– Está aqui pela vontade Dele. Entrem, traga-o até aqui.

Ao passar pela soleira da porta, o garoto parecia outro.
Suspirou fundo e estremeceu todo o corpo.
Olhou para os pais não entendendo o que passava.

Súbito, passou o desespero e o medo. Foram conduzidos até a sala da casa onde aquele senhor, já incorporado por um Preto Velho abraçava o menino.
Demorou uma meia hora benzendo-o e explicando aos pais a missão do pequeno e a necessidade de uma religiosidade consistente em suas vidas.

Sua simplicidade tocou o coração daqueles dois.
O garoto tinha uma reação visível. Conversavam como se fossem velhos amigos e o menino ria a cada engasgada que o velho dava com a fumaça de seu cachimbo.
Receitou banhos e defumações, fez cantos e orações e terminado o atendimento, presenteou-o com um colar de sementes.
Apesar da simplicidade, aceitaram o convite e almoçaram naquela casa.

Ao se despedir, os pais não acreditavam no que viam.
O garoto que ali chegou praticamente carregado, agora saia andando e só não estava mais ativo porque a recuperação física agora era necessária.
Mas sabiam que algo havia realmente acontecido.

O médium observa a família indo embora e volta pra dentro de casa com a certeza e confiança que mais um irmão foi encaminhado.
E quem teve oportunidade pôde ver o espírito do velho negro sorrindo, agradecendo aos Exus Guardiões que responderam às suas ordens e capturaram o obsessor, ser trevoso que jurou vingança àquele menino ainda em outra encarnação, levando-o, e a toda sua horda de seguidores.

Ao reencontrá-lo nessa vida, resolveu usar de todas suas artimanhas do baixo astral para interromper a encarnação daquele que, anos mais tarde, se tornara um sacerdote de Umbanda, cujo Terreiro abriga muitos filhos de fé que são orientados no retorno à sua rota evolutiva.

O filho, agora Pai, nunca mais encontrou aquele médium.
Mas o velho escravo ainda é visto ao seu lado, pitando seu cachimbo e sorrindo a cada irmão encaminhado.

O colar continua em seu pescoço.

Conto de Preto Velho como esse já ouvimos vários, não é?
Saravá Pais e Mãe Orixás!
Salve todos os Pretos e Pretas Velhas!
Salve Pai Benedito, Pai Floriano e Pai Joaquim!
Salve Vovó Afonsina e Vovó Catarina!
Salve os Srs. Exus de Lei e Sras. Pombagiras!

Obrigado pela Vossa Benção e Vossa proteção.

sábado, 14 de julho de 2018

Orixás pertencem a alguém ou alguma religião?

Orixás pertencem a nós ou nós é que pertencemos a Eles?
Temos a posse de seu culto e o direito de reclamar esta posse?
Ou pertencem a quem queira cultua-los fora de nossa realidade?

Ou será ainda que Eles e Elas, como Divindades, estão muito acima de nossos egos e vaidades?
Estão muito acima do direito de posse?

Algum tempo atrás acompanhei uma discussão sobre o fato de se cultuar Iemanjá nos rituais de Wicca.

A sacerdotisa Wicca defendia que Iemanjá é a deusa.
Enquanto isso, outras sacerdotisas defendiam que a deusa não poderia ser afro e umbandistas acharam um absurdo “levar” Iemanjá para um ritual Wicca.

Sabemos que Iemanjá, ao atender alguém, não lhe pergunta qual a sua religião.
Logo, a sacerdotisa que se entenda com Iemanjá…

Já imaginaram o Papa reclamar o direito exclusivo em cultuar e amar a Jesus e os demais santos católicos e dizer que todas as outras religiões cristãs deveriam “devolve-los” para Roma?

Se fosse assim, nós umbandistas teríamos que nos desfazer de nosso sincretismo com os santos e, inclusive, seríamos acusados de deturpar o culto aos mesmos, já que somamos a eles os valores “afro-ameríndios”.

Ouvimos falar que certos Orixás não são da Umbanda.
Bem, de quem eles são então?
Divindades têm donos?

Podem alguns Orixás ser de Umbanda e outros estarem nela por engano?

Ao que sabemos, todos os Orixás tem a mesma Origem Iorubá, a mesma origem nos Cultos de Nação, onde na África cada Nação tinha o culto voltado ao seu Orixá, considerado o ancestral de todos ali.

Mas o Orixá tem vida própria: ele é divindade, é um Trono de Deus.

Não precisa de nós para existir e sim nós é que precisamos deles para existir.
Mesmo que muitos de nós não saibamos disso.

Para atender as necessidades de diferentes grupos sócio-culturais surgem novas religiões, pois a cada dia surgem novas realidades.
Mas é sempre o mesmo Deus e, claro, as mesmas divindades que ressurgem.
Às vezes, ressurgem com nomes diferentes e outras vezes com os mesmos nomes.

Os Orixás aparecem na Umbanda, mas já dentro de um outro contexto.
E é diferente dos Cultos de Nação, pois é uma religião diferente.

O Preto Velho, que para os Cultos de Nação é “egum” e não incorpora no mesmo “chão” que o Orixá, por sua vez nos apresenta os Orixás, todos quantos conhece no Astral, todos quanto cultuam em espírito na “Aruanda”.

E aqui na Terra, na matéria, ainda se discute se estes Orixás pertencem à Umbanda.

Que dúvida podemos ter?

Se quem os apresenta a nós é o mesmo Preto Velho, não há dúvidas.
Pois somos filhos destes Orixás.

O filho reconhece o Pai e o Pai reconhece o filho.

Não teria o filho de mudar de religião, para continuar com o mesmo Pai ou Mãe, já que uma vez reconhecida a paternidade divina dos Orixás, pouco importa o que outros digam: o que importa é que ali ele foi apresentado ao filho.

Apesar de termos um Pai e Mãe de Cabeça, somos filhos de todos Orixás!

Orixás pertencem a todos, pois todos somos filhos Deles (as)!
Foto: Jefferson Peixoto/Ag. Haack – Reprodução

Povo Cigano: entenda essa manifestação na Umbanda

Um decreto assinado em 2006 instituiu o dia 24 de Maio como Dia Nacional dos Ciganos no Brasil.
A data faz menção ao 24 e 25 de maio – dias em que prestam-se homenagens no mundo todo a Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano.

Na Umbanda, Santa Sara Kali é sincretizada com Egunitá (Oroiná).

É Linha de Umbanda?

Sim, é uma das mais recentes Linhas da religião.
O Povo Cigano passa a conquistar níveis na espiritualidade dando abertura para o seu grupo trabalhar como Linha de Umbanda.
Esses espíritos que se identificaram com ritos presentes na prática de Umbanda acabam por se embalar pelo som dos atabaques.
Se encantam com as cores dos Terreiros e, por fim, se rendem à dança e magia contida neles.

É importante esclarecer que antes de se fincarem como Linha de Umbanda essas entidades já apontavam em alguns Terreiros.
Entretanto, essas manifestações individuais ainda não caracterizavam um grupo organizado dentro de um nível na escala evolutiva.

Não havia Gira de Ciganos, mas sim Ciganos incorporados em Giras de Esquerda, de Boiadeiro, de Baianos e etc.
Somente o fato de alguns médiuns manifestarem essas entidades, ainda não concedia a esses clãs se mostrarem como uma Linha.

Hoje, a Linha dos Ciganos traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver.
Mas desapego e liberdade não são característica fortes da Linha do Oriente?

Sim, e nesse momento precisamos ressaltar que LINHA DE CIGANO NÃO É LINHA DO ORIENTE.

Veja bem: a primeira não corresponde a um grau evolutivo, e sim a uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano) que se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.
Posteriormente esses espíritos vão receber o aval da espiritualidade para se configurar como Linha de trabalho, e então passam a se manifestar dentro da Umbanda de maneira mais ordenada.

Sendo assim, essas Linhas contém espíritos diferentes, que se manifestam de maneiras diferentes, com propósitos diferentes e que surgem também, em momentos distintos.

Basicamente a Linha do Oriente traz o desapego a concepções já enraizadas no homem ocidental.
E a liberdade desses apegos sociais e emocionais para uma vida mais voltada para o encontro com a espiritualidade e o divino sagrado que se encontra em você.

Já a Linha dos Ciganos vem para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo.
E isso está presente no caráter nômade do povo cigano e de determinados povos.

A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas e etc, são o maior símbolo dessa fusão de credos.

Toda essa forma de entender a vida faz do atendimento com o Povo Cigano um bálsamo pra alma.
A liberdade aqui se refere ao ato de se libertar de circunstâncias que já não te fazem bem.
Libertar-se das frustrações que vão pesando o espírito e acabam se tornando um fardo.
E esse axé vem para trabalhar nesses sentidos.

Por esse motivo, no atendimento dos Ciganos não é frequente o manejo com trabalhos mais densos, como quebra de demandas por exemplo.
É mais comum vê-los ensinando fazer determinada simpatia, dando elementos para que a pessoa manipule e etc.

Questões profissionais, econômicas e também emocionais são muito tratadas por eles (as).

Arriba! Optchá! Salve o Povo Cigano!
Texto: Júlia Pereira

sábado, 7 de julho de 2018

Orixá de Cabeça: você conhece as características do (a) seu (sua)?

Orixá de Cabeça (ou Orixá de Frente) é um dos temas de maior interesse na Umbanda.

Seja você umbandista ou simpatizante da religião, não demora muito para que a curiosidade apareça.

Entre os médiuns de Umbanda então, é quase um absurdo não saber quem é seu Pai ou Mãe de Cabeça!

Segundo Alexandre Cumino, sacerdote responsável pelo Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca (SP), “ninguém é filho de um único Orixá”.

Autor umbandista e professor de Teologia e Sacerdócio, Cumino destaca que apenas saber quem é seu Orixá de Cabeça, sem praticar e entender a religião, não faz muito sentido.

“Antes de falar sobre isso eu estimulo os médiuns, os alunos, enfim, a todos, que entendam quem são os Orixás e suas características”, diz Cumino que também é nosso
colaborador nos canais Umbanda Eu Curto.

E complementa:

“Depois disso ele ou ela está autorizado a reconhecer em si mesmo quem é o seu Orixá.”

Em sua visão, este autoreconhecimento se torna evidente e, a partir daí, nenhuma outra pessoa ou método de reconhecimento o fará questionar isso.

Já Cristiano Nascimento, sacerdote responsável pela Casa de Caridade Caboclo Tupinambá e Ogum Beira Mar, localizada em Guarulhos (SP), saber quem são seus Orixás
regentes não é um fundamento na Umbanda.

Ou seja: não é essencial saber para praticar a Umbanda.

Isso significa dizer que você pode praticar a religião, seja como médium incorporante ou consulente, sem necessariamente TER QUE SABER quais são seus Orixás.

Além disso, a questão toda é um pouco mais complexa.

Seguindo a literatura revelada por Rubens Saraceni, todos temos Orixás de Frente (ou de Cabeça, como popularmente é conhecido), Ancestre e Adjunto.

Descobrir cada um deles faz sentido para médiuns e sacerdotes de Umbanda, tudo bem.

Afinal, na caminhada de um médium na Umbanda, o estudo e a dedicação vão trazendo à tona algumas certezas, as quais podem auxilia-los em seu autoconhecimento.

Assim, conforme vão se desenvolvendo na religião, vão entendendo, se convencendo gradativamente sobre quais Orixás ‘regem suas Coroas’.

Precisaria saber? Não. Mas é quase impossível conter este desejo nos Filhos de Umbanda!



COMO DESCOBRIR MEU ORIXÁ?

Nosso colaborador Cristiano Nascimento, durante as LIVEs que realizamos em nossa página oficial no Facebook, costuma dizer que seu Orixá de Cabeça é “aquilo que você
mostra para o mundo”.

Na prática, seu (sua) Orixá de Cabeça ajuda a determinar as características que você mostra no dia a dia, seu modo de ser nesta encarnação.
Em suma: aquilo que você mostra para o mundo!

E para determinar isso, cabe a cada um de nós ler sobre as características dos Orixás, de seus Filhos e Filhas e tirar suas próprias conclusões.

Sabemos que no Candomblé e em algumas vertentes de Umbanda, o jogo de búzios é uma das formas de se determinar o Orixá de Cabeça.

Esta forma também é muito utilizada, mas como todas as demais nunca será 100% segura.

sábado, 30 de junho de 2018

Orixás femininas na Umbanda Sagrada

Orixás femininas na Umbanda Sagrada, de acordo com a bibliografia existente, são sete:

Orixás femininas: OYÁ-TEMPO ou LOGUNAN

Como o nome já diz, Ela é a Orixá do tempo.
A Ela atribui-se a atuação no campo religioso.
É a onda divina ativa, de irradiação cristalina e de fator desmagnetizador ou temporal.

Atua nos seres apáticos ou emocionados.

Ou seja: em seu campo age sob os descrentes, os que usam de suas práticas religiosas para enganar e explorar a fé alheia e os fanáticos.

A esses, Logunan age esgotando seu estímulo a religiosidade que vem sendo aplicada de forma negativa.

Suas filhas apreciam as coisas religiosas, o estudo, a música suave ou romântica, um pouco de isolamento, conversas construtivas, a companhia de pessoas discretas e de homens maduros, reservados e amorosos.



Orixás femininas: OXUM

É a Orixá do amor agregador e da concepção da vida.
Por esse motivo também é conhecida por reger as relações matrimoniais e o amor que se funde formando a vida.
Deste modo, Oxum tem ligação com a sexualidade, pois é por meio da sexualidade que se obtém a vida em carne.

Seu fator agregador está presente em todas as ligações do universo, tudo que se agrega, se funde e se soma tem influência de Mamãe Oxum.

As filhas de Oxum não apreciam solidão, homens autoritários ou agressivos, reuniões monótonas, estudo de ciências exatas, políticas, lugares tristes ou monótonos, homens ciumentos e mulheres egoístas.



Orixás Femininas: OBÁ

A Orixá traz consigo a onda geradora vegetal (magnetismo negativo), da qual rege o fator concentrador dos seres, que pode estimular o raciocínio ou se necessário, absorve-los.

Obá age absorvendo as ondas mentais dos seres, quando esses, fazem mau uso de suas faculdades.

Ela também é conhecida como a “Orixá da Verdade”.
Isso porque Sua qualidade concentradora atua conjuntamente com essa característica.
Percebendo que só o que é verdadeiro eterniza-se no tempo e na mente do ser.

As filhas de Obá não apreciam pessoas soberbas, lugares ou reuniões agitadas, conversas chulas, pessoas vaidosas ou rompantes.



Orixás Femininas: IANSÃ

A Orixá faz parte da linha da Lei Maior, onde age direcionando a vida de todos os seres que se encontram trilhando um caminho dissoluto, a fim de que este evolua.

O fator oposto/negativo da divindade está na imobilidade que ela pode trazer.
Pois, no campo dos elementos, Iansã responde ao vento, ventania ou vendaval e quando retira o elemento eólico dos seres acaba que por tornando-os apáticos.

A irradiação divina advinda de Iansã é ativa.
A ondas que a compõe são curvas e alternadas, e seu campo magnético direciona os seres que assim carecem.

Como a energia que emana de Iansã também é movimentadora, suas filhas carregam na personalidade esse perfil, de característica forte.

As filhas de Iansã são emotivas e se não se impõem.
Revoltam-se e abandonam quem não se submete a elas, e logo estão estabelecendo novas ligações, em que se imporão.



Orixás Femininas: OROINÁ ou EGUNITÁ

Orixá cósmica, ativa e absorvente, que atua na onda geradora ígnea.
Oroiná ou Egunitá é em si o Fogo da Purificação, que atua consumindo os vícios e os desequilíbrios dos seres.

Desta forma, onde manifestar um desequilíbrio o próprio ser que está nessa situação começará atrair esse fogo – pelo magnetismo negativo – que em sua incandescência o esgotará.

Esse fogo cósmico está em tudo e em todos, só que diluído.
Então no momento em que o ser se desvirtua é Mãe Oroiná ou Egunitá que começa atuar, mesmo que ele não tenha “pedido” por essa ação.

A Orixá também está ligada a representação da deusa hindu, Kali.

As filhas de Oroiná ou Egunitá apreciam as conversas reservadas, os espetáculos emotivos, as reuniões direcionadas, tais como as de estudo, de orações, políticas e etc.
Apreciam a companhia de pessoas passivas e a de homens que as encantem.
Gostam de passear, pois não suportam o isolamento do lar.



Orixás Femininas: NANÃ

Da irradiação da onda divina da evolução, surgem dois Orixás, Obaluayê e Nanã Buruquê.
Nanã domina o fator decantador, atuando na dissolução de vícios e excessos.

Enquanto Obaluayê estabiliza os seres, Nanã traz maleabilidade a quem está “petrificado”, recolocando o ser no caminho da evolução e livrando-o de todo negativismo.

Por esse motivo Nanã é conhecida como a orixá que auxilia os seres que irão reencarnar, pois é nesse mistério que o ser diluí todos os seus sentimentos, mágoas e memórias.

E por decantar essas memórias, Nanã é associada a velhice, pois é nesse estágio da vida que o esquecimento bate a porta.
Então, é ela quem adormece o mental do seres, para que esse não interfira em sua próxima encarnação.

As filhas de Nanã apreciam a boa mesa, as companhias falantes e alegres, reuniões familiares e religiosas, pessoas que lhe dediquem afeto e respeito e vestes multicoloridas.



Orixás Femininas: IEMANJÁ

Uma das qualidades de Olorum irradia a criatividade e a geração, e é nela que Mãe Iemanjá está presente.
O amparo à vida, o estímulo à maternidade e a criatividade partem dessa Orixá.

Portanto, Iemanjá é a “Mãe da Vida” aquela que gera e estimula o amor pela hereditariedade dos seres dentre todas as Orixás femininas.
Já em a sua criatividade, trabalha auxiliando-os na adaptação aos meios e ambientes diversos a sua realidade.

As filhas de Iemanjá apreciam a vida doméstica, o trabalho produtivo, o respeito, a fidelidade, a religiosidade firme, o estudo, vestes sóbrias e elegantes, a
companhia de homens firmes nas decisões e de natureza forte.

Texto: Júlia Pereira/Blog do Umbanda EAD

Fontes de Pesquisa:

Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada: a religião dos mistérios um hino de amor a vida/ Rubens Saraceni – São Paulo: Madras, 2007.

Orixás Ancestrais: a hereditariedade divina dos seres/ Rubens Saraceni – São Paulo: Madras, 2001.

domingo, 24 de junho de 2018

"Tempo, vou lhe fazer um pedido.." SALVE A SENHORA DO TEMPO

Evocamos a força de Mamãe Logunam

Que com seu espiral infinito ela continue nos propiciando a condição primeira e necessária para que tudo exista: o tempo.

Que de sua irradiação divina emane sempre o ciclo contínuo de nossas vidas

Que todos os dias possamos saudar sua presença

e que do amanhecer ao pôr-do-sol sejamos capazes de percebê-la viva e pulsante em nosso existir

A cura e a redenção. O maturar e o renovar. O impalpável e o invisível.

É ela a Senhora do Tempo.. aquela que está em todos nossos sentidos e é em si nossas emoções, memórias e expressões mais profundas

Do plantar ao colher

Dos meses que se leva para gestar a vida ao segundo que precede nosso primeiro abrir de olhos

A espera, os sonhos, a expectativa

Tudo é uma questão de tempo.

 Conscientizar-se dele é dançar no ritmo da vida

Dar um tempo, refletir.

Limitar-se a observa-lo é também se perder em vida

“Chegou a minha hora”

As lembranças e as histórias. Os momentos, as fases e as estações. O não esquecer.

Que nesse novo ano possamos escrever na linha do tempo nossa presença neste plano.

Esse é o nosso tempo, a hora é agora. É tempo de fazer, crescer, realizar e evoluir.

Que nosso espírito seja inundado pelo mistério mais profundo e complexo das 7 Linhas de Umbanda

Irradia sobre nós seu magnetismo absorvedor dos desvios

Salve a Mãe Divina da Fé! Salve Mãe Logunan!

Olha o tempo Minha Mãe!

Texto:

Júlia Pereira

domingo, 17 de junho de 2018

Quem é Exu? Breve comentário por Pai Rodrigo Queiroz


Por Pai Rodrigo Queiroz
Laroiê Exú! Assim saudamos nossos compadres em todos os trabalhos.

Mas quem é Exu?
Quem são estes seres que nos mostram ser misteriosos e algumas vezes horripilantes?

Estas perguntas passam pela cabeça de qualquer um nos primeiros contatos com eles. Bem, muitos são os pontos de vista e explicações sobre Exu. Uns dizem ser o demônio, outros, espíritos sem luz, e outros ainda dizem representar o pênis.

Assim vão correndo os mitos e mitologias sobre Exu. No entanto, relataremos o nosso ponto de vista pelo que nos foi mostrado por eles. Segundo alguns estudos psicológicos, observa-se que Exu nada mais é do que a manifestação íntima e sombria do médium. Através de Exu o médium libera suas vaidades, defeitos e medos.

Leia: Saudações a Exu e seus significados
Mas olhando pelo aspecto espiritual, o que se vê na verdade, são seres que sempre estão prontos a nos atender e nos proteger esclarecendo-nos e conduzindo-nos a caminhar dentro da Lei Divina. São realmente os Guardiões de Lei e da Lei de Umbanda. Verdadeiros guardas protetores dos médiuns e terreiros prontos a praticar o bem e o amor sem nada em troca.

Muita coisa temos a dizer sobre Exu, mas com palavras não sei dizer o quanto amo vocês!

Desejamos esclarecimentos a todos que procuram ajuda, que encontrem um Exu de Lei no seu caminho, pois após este encontro sua vida jamais será a mesma. Assim foi conosco.

Deixamos aqui nosso sincero saravá a um Exu de Lei que sempre nos amparou e nos apresentou esta maravilhosa religião!

Saravá todos Exus!
Salve Sr. Tranca Ruas!
Laroiê Exu!!!



Texto publicado originalmente em: Blog Rodrigo Queiroz

domingo, 10 de junho de 2018

Ogum conquista para os homens o poder das mulheres

No começo do mundo,

eram as mulheres que mandavam na terra

e eram elas que dominavam os homens.

A mulher maneja o homem com dedo mindinho.

As mulheres o poder e o segredo.

Iansã tinha inventado o mistério das sociedade dos egunguns,

A sociedade de culto aos antepassados,

e os homens estavam sempre submissos ao poder feminino.

Quando as mulheres queriam humilhar seus maridos,

elas se reuniam com Iansã debaixo de uma árvore.

Inação tinha uma macaco ensinado.

Elas o fazia aterrorizar os homens.

Sim, mandava que ele fizesse coisas para assustar os maridos.

Quando viam ali na árvore

o macaco fazendo as coisas a mando de Iansã,

os homens se apavoravam

e se submetiam ao poder feminino.

Finalmente, um dia

os homens resolveram acabar com aquela humilhação

de estarem sempre submissos ao poder se suas mulheres.

Os homens consultaram Orunmilá

e ele mandou fazer um ebó.

O sacrifício era de galos, uma roupa, uma espada, um chapéu.

Ogum era quem deveria levar o sacrifício,

a ser oferecido sob a árvore das mulheres.

Ogum foi bem cedo à árvore,

antes da chegada das mulheres.

Ali ofereceu os galos,

vestiu a roupa e o chapéu e empunhou a espada.

Quando as mulheres e viram aquele homem forte

vestido como um poderoso e armado até os dentes,

exibindo as quatro ventos seu porte de guerreiro,

elas saíram a correr e a correr num pânico incontrolável.

A vista do homem assumindo o poder era terrificante.

As mulheres não suportaram tal visão.

Iansã foi a primeira a fugir de espanto.

Uma das mulheres, de medo, correu tanto

que desapareceu da face da terra para sempre.

Desde este dia o poder pertence aos homens.

E os homens expulsaram as mulheres das sociedades secretas.

Porque a posse do segredo agora é dos homens.

Iansã, no entanto, ainda é a rainha do culto dos egunguns.



Mito e imagem extraídos do livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi

domingo, 3 de junho de 2018

OS PRETOS VELHOS

Preto Velho na Umbanda é o arquétipo de entidades elevadas que se apresentam como anciões.

São profundos conhecedores da Magia Divina e da manipulação de ervas.

São também excelentes mandingueiros, mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.

Acredita-se que esta Linha de Trabalho tenha surgido em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão no Brasil.

Linha de Preto Velho, dessa forma, reflete e valoriza a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança.

Estes são os principais atributos que estes Guias de Trabalho buscam nos passar nos atendimentos.

Pretos Velhos são também entidades que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, em sua maioria.

Como tal, muitos morreram no tronco ou de velhice. Adoram contar histórias do tempo do cativeiro.

Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos “seus filhos”.

Vale dizer que não necessariamente todos foram escravos; sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e ensinamentos são profundos, daí também a referência a estes iluminados seres da Criação.

A característica principal desta Linha é a sua elevada orientação espiritual.

A Linha de Preto Velhs na Umbanda é regida na força do Orixá Obaluayê que é o Orixá sustentador da Evolução, da transmutação e transformação dos seres.

Mas os Pretos Velhos também se apresentam e transitam na irradiação de outros Orixás, sendo figura importante na sustentação e divulgação da religião desde o seu surgimento.

Nos atendimentos nos Terreiros, Preto Velho é sinônimo de sabedoria, força emocional, simplicidade e bons aconselhamentos.
Relações
Regência principal: Obaluayê
Campo de atuação: Sabedoria e Perseverança
Cores: Branco
Ervas: Arruda e Guiné
Flores: Crisântemo branco, Lírio branco, Margarida
Bebidas: Café, Pinga com mel
Oferendas: Arroz doce, Canjica, Doce de abóbora, Doce de sidra, Bolo de fubá
Banhos: Arruda, Rosa branca, Comigo ninguém pode
Data comemorativa: 13 de maio
Dia da semana: Segunda-feira
Sincretismo: São Benedito
Saudação: Adorei as Almas!

domingo, 27 de maio de 2018

Divina Mamãe Obá!

Obá é Orixá que absorve os desequilíbrios dos seres que se desvirtuaram por adquirir conhecimentos viciados ou falsos ou ainda por fazerem mau uso do conhecimento.

Obá atua sobre para que possamos enxergar a verdade e nos ajuda a manter firmeza em nossos objetivos, nosso raciocínio, nossa concentração e determinação.

O ser que está sendo atuado por Obá começa a perder interesse pelo assunto viciado, falso ou distorcido que tanto o atraía e se torna apático.

Então, quando aquele ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, Obá o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar para redirecioná-lo na linha reta do Conhecimento.

Obá atua para aquietar e densificar o racional dos seres. Além disso, Mãe Obá nos ampara e nos dá sustentação no Sentido do Conhecimento, sempre que nos mostramos de coração limpo e com boas intenções.

Assim, quando temos boa intenção em aprender algo e queremos usar aquilo de forma positiva, mas sentimos dificuldade de aprender, Obá nos ampara e nos dá concentração.
Também ajuda os seres bem intencionados que tenham dificuldade de encontrar o “foco” da vida, que vivem em confusão mental e se dispersam com facilidade, dando-lhes concentração e objetividade.

Exemplo: quando você está estudando para um vestibular ou um concurso público, se depara com muitos conhecimentos e precisa absorve-los ao máximo. Na hora da prova, não adianta pedir a Oxóssi que lhe dê conhecimento para ir bem no exame; o ideal é clamar por Obá, que auxiliará no foco e na concentração para que você se lembre de todo conhecimento antes adquirido.

Relações

Irradiação: Concentração
Campo de atuação: Raciocínio e Conhecimento
Elementos: Terra e Vegetal
Cores: Magenta (também o verde com o marrom e/ou vermelho com branco)
Data comemorativa: 30 de maio
Dia da semana: Quarta-feira
Sincretismo: Santa Joana D´Arc
Saudação:Obá Xirê!

domingo, 20 de maio de 2018

Prosperidade é sinônimo de dinheiro na sua vida? Então você precisa ler esse texto


Umbanda EAD6 de junho de 2017

Trataremos aqui sobre reflexões trazidas por Pai Rodrigo Queiroz no Treinamento Exu do Ouro conteúdo elaborado, organizado e inspirado em vivências e descobertas particulares com esse mistério.

Sob a tutela e guia de Exu do Ouro, a transmissão do conhecimento se fundamenta em 8 semanas de treinamento direcionados para o crescimento do que de acordo com esse estudo, entende-se como os 4 pilares da vida: mental, emocional, espiritual e material.

Dinheiro traz felicidade?
Indo de encontro com o que prega-se como virtuoso na maioria das crenças, a regência de Exu do Ouro busca trazer a reflexão sobre nossos ganhos e a forma com que nos relacionamos com a energia do dinheiro.

Nessa concepção não compreendemos o dinheiro como algo que corrompe o homem ou que traz junto dele a ganância, a desonestidade, a cobiça dentre outros aspectos negativos comumente relacionados ao ganho material, mas sim, a um elemento portador da energia que faz o fluxo da prosperidade acontecer em nossa realidade.

Por isso ao contrário do que prega-se em Lucas 18:24-25 (ou pelo menos a leitura ao pé da letra que se faz da passagem bíblica) “é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus”, o mistério à esquerda de Mamãe Oxum reflete sobre como uma vida próspera é também uma vida equilibrada financeiramente, entretanto, também esclarece que ser rico não é sinônimo de ser próspero.

E quando afirma-se isso, a prosperidade acaba virando uma questão pouco entendida. Durante o treinamento, Exu do Ouro irá retomar sempre a questão da lucidez e do autoaconselhamento como a via da prosperidade plena.

Tem pessoas que tem muito dinheiro e não tem amizade.. não é bem quisto na família, é insuportável, não tem sociabilidade. Exu do Ouro nos ensina que precisamos avaliar e perceber constantemente a nossa realidade concreta humana, onde eu posso ser bom em algo, mas se eu não me relaciono bem, nem meu conhecimento técnico vai me fazer conseguir um emprego (ou me manter nele).

A falange dos Guardiões do Ouro, vêm para nos fazer pensar sobre a forma pela qual estamos buscando ser atratores do fluxo energético econômico e como isso está intrinsecamente ligado ao nosso emocional, espiritual, mental e material.

Para Exu do Ouro não há vida próspera, sem uma consciência próspera. E o que isso quer dizer?

Com essa afirmação entendemos que ser feliz ou próspero é o resultado de um conjunto de ações e decisões que executarmos diariamente. Sendo assim, o modo que nos relacionamos com nós mesmos e com o outro dirá também a nossa relação com o fluxo.

A chegada do estado próspero vai depender da verdade com que as ações são desencadeadas por aquele indivíduo.

O fluxo
O que é colocado como fluxo energético econômico durante o estudo é a energia que nossos ganhos movimentam por meio do dinheiro e que possuem um percurso positivo e negativo (fluxo e anti-fluxo) a se seguir.

Dentro disso, nosso padrão vibratório e comportamental é o que irá delimitar se esse dinheiro terá um valor próspero em nossas vidas ou não.

Por isso as 8 semanas vivendo e se relacionando com Exu do Ouro não é e nem pretender ser um manual para o sucesso financeiro, nem um curso de auto ajuda e muito menos os 5 passos para uma vida próspera.

O mistério Exu do Ouro é algo profundo, um mergulho em si, na busca sobre o que nós somos e o que pretendemos ser deste momento em diante, qual será nosso legado.. como queremos ser lembrados pós desencarne.

Traz como mote a reflexão sobre nossos conceitos, virtudes e princípios e junto disso também garante a oportunidade de nos conectar com a energia do fluxo.

É por meio do processo de autoaconselhamento, da busca por retidão e do ser luz para seus problemas e crises, que acontece a atuação dessa falange.

E é por meio do treinamento que se desenvolve a autonomia do ser sobre seu papel nos conflitos, sejam eles internos como o auto boicote ou externos como o trato que você dá a suas relações.

Tudo isso é estruturado nos quatro pilares citados no início do texto com a finalidade de nos fazer viver a prosperidade que transcende o dinheiro.

O desvio de comportamento, de honestidade, de verdade, cria uma desconexão e o faz entrar em uma sequência desastrosa com essa energia. A crise é o reflexo disso. É preciso refletir sobre todos os outros âmbitos da sua vida.

Prosperidade é um estado de consciência. Abundância é consequência
Por isso, respondendo a pergunta do texto prosperidade não se trata em ter uma conta bancária gorda, para se viver esse mistério em plenitude precisamos esquecer o conceito de dinheiro como cifra, como valor material e trazer a sua compreensão como a energia que movimenta o fluxo.

Desta forma, a maneira com a qual me relaciono com os meus ganhos e gastos são também o fluxo que eu mantenho.

Pai Rodrigo Queiroz exemplifica isso dizendo que se dinheiro fosse sinônimo de prosperidade, o dinheiro que enriquece o tráfico, a corrupção na política e tantos outros atos ilícitos e desonestos – que não deixam de enriquecer os seus –  seria algo vantajoso.

O dinheiro fácil, que é o sonho da maioria das pessoas não transcende seu valor material e não atinge a prosperidade, por isso também não traz realização e felicidade em sua conquista.

O dinheiro como prova de esforço, empenho e dedicação ao contrário do que muito se reproduz não está sentenciado a ser algo que lhe traga sofrimento para alcança-lo e é nesse quesito que Mamãe Oxum está mais evidente.

Tudo o que você realiza com amor e por amor, se torna leve, bonito e as pessoas reconhecem nesse trabalho algo próspero. Se você não é honesto com aquilo que se predispõe a realizar, seja lá o que for, o fluxo flui por você, mas se esvai.

domingo, 13 de maio de 2018

KABBALAH & TERREIRO DE UMBANDA

Texto do Médium Jiovane Ferreira de seu blog: https://oveudeparoketh.wordpress.com/…/kabbalah-e-o-terrei…/

Saudações a todos.

Durante minhas palestras e aulas de Kabbalah eu sempre gosto de utilizar de exemplo o Terreiro de Umbanda para exemplificar alguns trajetos na subida da árvore. Sei por experiência própria que Kabbalah Hermética não é um assunto de fácil assimilação para a grande maioria e que um exemplo aplicado na pratica ajuda muito, especialmente por que o grande segredo é saber aplicar o conceito ao seu dia a dia.

Então vamos lá, começando da esfera mais densa ao mais sutil e elevado.

Malkuth: O Reino, a esfera da Terra, representa todo o Plano Material, sendo tanto a porta de entrada quanto a porta de saída para os mistérios superiores. Aqui é o lar das pessoas adormecidas, sem imaginação, o Mundo dos Trouxas de Harry Potter, das pessoas que não acreditam em magia, não possuem contato algum com sua própria essência ou espiritualidade. Completamente adormecidos e dominados pelas egrégoras do status quo. Aqui as pessoas acordam, trabalham, são infelizes, trabalham, gastam seu dinheiro, são infelizes, dormem, acordam, infelizes, trabalham…. em um ciclo sem fim e sem sentido algum em suas existências, sem tempo algum para o trabalho mais importante de todos, o trabalho interno. Em um Terreiro nada mais justo do que representar a esfera de Malkuth com o lado de FORA do Templo. São todas as pessoas que passam diariamente nas portas do Templo e nem pensam em entrar, não se dão ao trabalho nem por curiosidade de entender o que esses tais médiuns incorporados estão fazendo. E eu digo, aposto que tem pessoas que nem SABEM que existe um Templo naquele lugar, mesmo passando diariamente na frente…

Yesod: A esfera da Fundação, ela representa a fiação por detrás do interruptor de luz, é o próprio Mundo Astral por um lado, mas por outro lado também é o primeiro grau de consciência de quem busca o Caminho da Iluminação. Aqui o Iniciado ganha consciência de que existe uma Luz mas ainda não consegue olhar para ela diretamente, é o primeiro passo do Iniciado que ganha conhecimento da Magia. Dando os primeiros passos para dentro do Templo, iniciando o trabalho de si mesmo, em direção a esfera Solar. Dentro de um terreiro esta esfera representa todo o lado Astral e quem frequenta sabe que maior parte dos trabalhos de uma gira acontece no plano lunar de Yesod. Mas representa também todos aqueles que romperam o primeiro Véu e sentiram-se instigados a participar mais ativamente, seja assistindo com frequência as giras, seja participando das aulas e doutrinas oferecidos, seja mesmo com o desejo de fazer parte da Corrente Mediúnica. O que importa é que o candidato a Iniciado vai a partir da esfera de Yesod, trabalhar seus símbolos e suas emoções cada vez mais, e neste caminho ou ele vai avançar ou ficará para trás retornando à esfera de Malkuth.

Hod: A esfera do Intelecto da Comunicação, da Razão, dos Símbolos e da Lógica, base do Pilar do Rigor. Ela representa todos os símbolos e todos os meios por qual nós expressamos as emanações que vêm de Netzach. É a escrita do texto, é a letra da música, é o código do programa, são as fórmulas matemáticas. E em essência todos os símbolos por qual expressamos idéias. Quanto maior seu conhecimento em Hod, melhor é capaz de formular e construir seu Universo. Em um Terreiro, representa todo o código de conduta, todos os rituais, as doutrinas, os livros, os ensinamentos, é nesta esfera que o Iniciado aprende todos os símbolos necessários para o que escolheu fazer. São todos os Cruzamentos e Apresentações, sem os quais, não será capaz de expressar corretamente as idéias espirituais, pois é Hod o mensageiro.

Netzach: Ao lado de Hod, no mesmo eixo horizontal encontra-se a esfera de Vênus, a esfera do Amor e das Emoções, na base do Pilar da Misericórdia. Se Hod representava todo o código e símbolos, Netzach vai representar todo o sentimento que o símbolo carrega, é a melodia da música, é o sentimento ao ler um poema e ao ouvir uma opera, é o sentimento de ouvir uma música em uma língua estrangeira e ser capaz de sentir-se tocado pela melodia, pois as emoções se comunicam em um outro nível de vibração. Sem Netzach, todos os símbolos seriam vazios, descarregados de valor e sentimento e portanto de real significado. Em um Terreiro, são os pontos cantados, as rezas, é todo o sentimento envolvente, é compreender em seu intimo os valores da religião, é sentir vibrar em seu íntimo realmente o que tudo aquilo quer dizer e modificar em si mesmo, é o contato com o Divino através das Emoções. Estar em uma religião seja qual for, sem Netzach é estar apenas interpretando um papel em uma peça de teatro no qual não se quer fazer parte.

Tiferet: A esfera central da Árvore da Vida, a esfera brilhante dourada do Sol, da Magnanimidade e da Essência Divina. Aqui o Iniciado tem contato com o Sagrado Anjo Guardião, com sua Centelha Divina, com seu Eu Interior. Até então ele realizou o trabalho de equilíbrio interno, compreendendo com a emoção e a razão o sentido das coisas, e, o seu próprio sentido. Passando pela Noite Escura da Alma em Yesod e renascendo como o Escolhido na Esfera Solar de Tiferet e está pronto para começar a realização da sua Grande Obra. É a esfera de encontro do Pai com o filho, onde a consciência encontra-se com o seu lado Divino. Atingindo a Beleza da Harmonia de todas as coisas existentes. Essa esfera vai representar o próprio Sacerdote, o pilar central do Templo e o eixo que liga a espiritualidade ao mundo físico, o Sacerdote, que não por acaso nos Terreiros de Umbanda muitas vezes pode utilizar-se de estolas ou lenços dourados (cor de Tiferet) para representar o seu grau. Pois até então ele estudou e sentiu o Caminho, equilibrou a si próprio, passou pelos rituais e recebeu os símbolos, até enfrentar a si mesmo na Noite ou no Interior mais profundo da Terra antes de renascer pela segunda vez.

Geburah: A esfera vermelho sangue do Rigor, dinâmica e poderosa, ela é o próprio motor da criação, a força motriz que impulsiona todas as coisas. Ela é a esfera da Lei, que corta tudo aquilo que não serve mais a essência do Iniciado, purificando e destruindo todo o Mal. Por um lado ela representa também a própria força de Vontade do Iniciado e a responsabilidade pelo poder adquirido, também é a Lei, a Ordem e o Ritmo da criação, que mantém tudo em seu lugar, e o que não está em seu lugar é tirado fora. Dentro de um Terreiro vemos a manifestação de Geburah de diversas maneiras, talvez a mais fácil de perceber seja través da Curimba e do Ogã que mantém o ritmo da gira e o padrão vibratório da linha, também presente no ritmo das passadas e das palmas da corrente mediúnica. De um modo mais sutil Geburah é a Espada da Lei que mantém ou não uma pessoa conectada na egregora, não é difícil notar que quando uma pessoa não está alinhada ela inevitavelmente acaba se afastando do terreiro. É o próprio Rigor agindo. Uma energia muito facilmente percebida em qualquer Ogum.

Chesed: No mesmo eixo horizontal que a esfera do Rigor encontra-se, localiza-se a esfera da Misericórdia, se por um lado o Rigor representa tudo o que deve ser cortado, restringido e ordenado, a esfera de Júpiter representa tudo aquilo que é abundante e toda a visão do Reino com suas possibilidades, é o próprio Santo Graal que emana bênçãos a quem o busca. Dentro da dinâmica de um Terreiro eles representam as próprias linhas de trabalho em si. A manifestação dos guias na matéria, os trabalhos realizados e as bênçãos geradas e alcançadas. É a multiplicidade da manifestação da espiritualidade dentro dos Arquétipos das Linhas de Trabalho, dentro daquele Templo, daquela unidade.

Daath: A esfera do Conhecimento, é a esfera invisível da Árvore da Vida, sendo cruzada ao meio pelo Véu do Abismo separando o mundo da dualidade do mundo Uno do Espiritual Superior. Ela é ao mesmo tempo o Conhecimento Ancestral de todas as coisas que negamos, ao mesmo tempo que é tradicionalmente representada pelo grande desafio que deve ser superado pelo Iniciado. É o próprio portal para o Abismo, os Infernos e para os Demônios, guardado pelo(s) Guardião(ões). Em um Terreiro, é possível perceber a influência desta esfera através da existência da própria Tronqueira, onde ficam assentadas e firmadas todas as forças de esquerda de um terreiro. O local em resumo serve para absorver todas as cargas negativas e demandas e funciona como uma espécie de para raio astral, possuindo também seus guardiões que lidam e trabalham com estas energias, impedindo que elas influenciem todos os trabalhos que estão sendo realizados, reconduzindo-as aos seus locais de merecimento.

Binah: A esfera no topo do pilar da Severidade, a Grande Mãe, o Grande Útero gestor. Seu nome em hebraico é Entendimento. Ela gera dentro de si toda a ideia de realidade, tudo o que concebemos está dentro de Binah, ela é a Casa de Deus, é onde as múltiplas idéias de todas as cores que emana constantemente de Hochma é capturada e gestada para dar origem a uma nova realidade. Nas lendas e nos mitos ela é a Primeira Mulher, mas representa em si o próprio principio feminino e receptor. Em um Terreiro, essa esfera é concebida como o Próprio Espaço Sagrado ou Mágico, onde dentro irá se manifestar todas as cores da espiritualidade. Pode ser vista como a própria Corrente Mediúnica, onde do lado de dentro, haverá a manifestação dos guias e das entidades. Ou dentro de um fractal maior, o próprio Templo. Ou ainda todo o código de Leis da Umbanda.

Hochma: A esfera no topo do Pilar da Suavidade, o Grande Pai Celestial. Seu nome significa Sabedoria, ela representa o Caos das infinitas possibilidades dentro de todos os infinitos universos que emanam do Principio Criador, Hochma é a primeira esfera que se manifesta após o TODO. Dentro de um Terreiro ela é a própria Espiritualidade, a própria presença Divina manifestada dentro das infinitas possibilidades, antes mesmo da manifestação dentro dos arquétipos. Se não existisse Hochma nunca existiria a manifestação de guias novos ou mesmo de linhas novas, é Hochma que trás o elemento novo e original para dentro da Umbanda. Hochma existe independente do Terreiro (Binah) e é comum a toda Umbanda, ela representa todos os guias de todas as linhas de trabalho de todas as vertentes de todos os Orixás existentes capazes de se manifestar ou não.

Kether: A Coroa, “acima do corpo, mas não faz parte do corpo”, ela é o próprio Princípio Criador de onde toda a Criação emana. O Grande Branco e suas emanações ganharam diversos nomes dentro das mais variadas tradições e religiões. Allah, Grande Arquiteto do Universo, Deus, Olorum, Deus Pai Criador, TAO, seu nomes são tão variados quanto os povos da Terra, mas representa aquele princípio inefável e puro. Dentro da Umbanda é o próprio Olorum, Deus Pai Criador, de onde todos os Orixás e Divindades são manifestações vivas e divinas. Pode também ser vista como Aruanda. E no microcosmo do Terreiro, é o próprio Altar principal, o Congá, de onde irradiam todas as energias para o Templo.

Espero que isso tenha esclarecido um pouco como a Kabbalah e as Sefirot funcionam de um modo mais pratico, e da próxima vez que forem em um terreiro, tenham uma outra visão do conjunto.

Até a próxima.