Nanã tem como uma de suas características marcantes a maleabilidade.
Ela desfaz o que está paralisado nos seres, dando-lhes mais movimento. Quando a pessoa estaciona num padrão vibratório negativo (pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas negativas, fica impermeável às sugestões do Bem.
Neste caso, ele será atraído para o campo de Mãe Nanã, para se tornar mais flexível.
Outra característica de Nanã é a decantação. Ela trabalha os seres em seus vícios, desequilíbrios e negativismos, fazendo uma espécie de filtragem dessas energias desequilibradas.
E isso acontece porque Ela é um Orixá “água-terra”.
O seu primeiro elemento de atuação é a água e o segundo é a terra.
O elemento água dá maleabilidade ao que estava endurecido, “amolece”, torna permeável, permite adquirir e absorver outros valores. Então, a terra se junta à água, formando “um barro” que absorve os negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo que ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi estabilizado na pessoa ele poderá recomeçar sua evolução.
Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã.
Pense num lago. Um lago tem a superfície calma, águas tranquilas, tudo parece estar parado. Porém, quando você atira nele qualquer coisa, verá que ele puxará para o fundo e decantará silenciosamente.
Assim é a energia de Nanã, a mais velha das Mães das Águas.
Ao decantar nossas emoções e sentimentos Ela também pode nos curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional como raiva, inquietação, impaciência, ansiedade, nervosismo, ciúme, inveja, etc.
Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã nos acalma e nos transforma.
Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras palavras: evoluímos.
Relações
Irradiação: Decantação e Evolução
Campo de atuação: Evolução e Transmutação
Elementos: Água e Terra
Cores: Lilás (também Roxo e Rosa)
Data comemorativa: 26 de julho
Dia da semana: Domingo
Sincretismo: Nossa Senhora de Santana
sábado, 28 de julho de 2018
sábado, 21 de julho de 2018
Um conto de Preto Velho: o encontro
Conto de Preto Velho. Verdadeiro? Talvez.
Muitas destas histórias são verdadeiras.
***
Acordaram cedo naquele dia.
Poderia ser um dia destinado ao lazer, mas não era.
Levantar tão cedo naquele domingo representava muito para aquele casal.
Fazia parte da luta que travavam contra uma doença até então desconhecida pelos médicos e especialistas.
O menino que já contava dez anos de idade parecia ter muito menos.
Olhos fundos, boca aberta sem forças para se manter fechada ou esboçar algum sorriso.
Franzino, tinha dificuldades na escola, não conseguia acompanhar fisicamente o ritmo das outras crianças de mesma idade.
Mas seu raciocínio era perfeito.
Trazia em seu íntimo uma inteligência única.
Sua capacidade de assimilar, de aprender era espantosa.
Aprendera andar, falar, enfim as coisas básicas que as crianças levam um determinado tempo para aprender, em bem menos que o comum.
Até os sete anos de idade tinha uma boa saúde, como qualquer criança normal.
Muito ativo, seus pais nunca tiveram preocupações com coisas além das traquinagens do dia a dia.
Mas agora era diferente.
Os médicos não diziam nada.
Nada explicava aquela apatia que se abateu sobre o garoto havia quase três anos.
Os exames médicos foram insuficientes para diagnosticar a trama astral contra aquele espírito.
O garoto que viera encarnar com a missão de redirecionar outros espíritos afins, de volta ao caminho da evolução, agora penava nas garras de vampiros do astral.
Seus pais, católicos por conveniência, não acreditam nessas coisas.
Aquele seria o último recurso.
Quando nada mais convencia, quando os médicos simplesmente disseram que era um caso raríssimo que ninguém sabia dizer o que era, foi um jovem médico, estagiando num dos muitos hospitais os quais aquele menino passou, muito encabulado, que disse aos pais:
– Tentem levá-lo a um benzedor, um curandeiro. Isso parece coisa do outro mundo…
Na hora, o pai quase agrediu o médico, que foi ridicularizado pelos companheiros de profissão.
Depois refletiu e cedeu às circunstâncias.
Agora, dentro daquele ônibus, iam em direção a um bairro bem afastado da cidade, um lugar pouco convidativo, indicado por um vizinho da família.
Disse que a pessoa era de confiança e não cobrava nada; só tinham que ir até lá.
Foram quase duas horas de trajeto dentro do ônibus em direção àquela periferia.
Desceram no ponto final e seguiram o mapa mal feito em papel de embrulho.
Entraram numa viela, ou melhor, num caminho no meio do mato mesmo, e visualizaram um casebre no fundo.
Ao pisarem naquela entrada, o garoto ficou estranho, arregalou os olhos e uma expressão de pavor tomou conta de seu rosto.
Na porta da casinha apareceu um senhor de feições agradáveis, sorriso discreto e um cigarrinho de palha no canto da boca.
Estava a uns trinta metros daquele homem e o garoto ficava cada vez mais desconfortável e medroso.
Ao se aproximarem o senhor disse:
– Estava esperando vocês. Entrem, traga-o até aqui – falou com voz firme.
Os pais se entreolham e perguntam através dos olhares o que estava acontecendo.
Ninguém havia marcado hora com ele. Como sabia que estavam vindo?
O garoto se desespera e o pai faz menção de ir embora. E internamente se questiona:
– O que estou fazendo aqui, meu Deus?
O homem volta à entrada da casa e diz mais uma vez firme:
– Está aqui pela vontade Dele. Entrem, traga-o até aqui.
Ao passar pela soleira da porta, o garoto parecia outro.
Suspirou fundo e estremeceu todo o corpo.
Olhou para os pais não entendendo o que passava.
Súbito, passou o desespero e o medo. Foram conduzidos até a sala da casa onde aquele senhor, já incorporado por um Preto Velho abraçava o menino.
Demorou uma meia hora benzendo-o e explicando aos pais a missão do pequeno e a necessidade de uma religiosidade consistente em suas vidas.
Sua simplicidade tocou o coração daqueles dois.
O garoto tinha uma reação visível. Conversavam como se fossem velhos amigos e o menino ria a cada engasgada que o velho dava com a fumaça de seu cachimbo.
Receitou banhos e defumações, fez cantos e orações e terminado o atendimento, presenteou-o com um colar de sementes.
Apesar da simplicidade, aceitaram o convite e almoçaram naquela casa.
Ao se despedir, os pais não acreditavam no que viam.
O garoto que ali chegou praticamente carregado, agora saia andando e só não estava mais ativo porque a recuperação física agora era necessária.
Mas sabiam que algo havia realmente acontecido.
O médium observa a família indo embora e volta pra dentro de casa com a certeza e confiança que mais um irmão foi encaminhado.
E quem teve oportunidade pôde ver o espírito do velho negro sorrindo, agradecendo aos Exus Guardiões que responderam às suas ordens e capturaram o obsessor, ser trevoso que jurou vingança àquele menino ainda em outra encarnação, levando-o, e a toda sua horda de seguidores.
Ao reencontrá-lo nessa vida, resolveu usar de todas suas artimanhas do baixo astral para interromper a encarnação daquele que, anos mais tarde, se tornara um sacerdote de Umbanda, cujo Terreiro abriga muitos filhos de fé que são orientados no retorno à sua rota evolutiva.
O filho, agora Pai, nunca mais encontrou aquele médium.
Mas o velho escravo ainda é visto ao seu lado, pitando seu cachimbo e sorrindo a cada irmão encaminhado.
O colar continua em seu pescoço.
Conto de Preto Velho como esse já ouvimos vários, não é?
Saravá Pais e Mãe Orixás!
Salve todos os Pretos e Pretas Velhas!
Salve Pai Benedito, Pai Floriano e Pai Joaquim!
Salve Vovó Afonsina e Vovó Catarina!
Salve os Srs. Exus de Lei e Sras. Pombagiras!
Obrigado pela Vossa Benção e Vossa proteção.
Muitas destas histórias são verdadeiras.
***
Acordaram cedo naquele dia.
Poderia ser um dia destinado ao lazer, mas não era.
Levantar tão cedo naquele domingo representava muito para aquele casal.
Fazia parte da luta que travavam contra uma doença até então desconhecida pelos médicos e especialistas.
O menino que já contava dez anos de idade parecia ter muito menos.
Olhos fundos, boca aberta sem forças para se manter fechada ou esboçar algum sorriso.
Franzino, tinha dificuldades na escola, não conseguia acompanhar fisicamente o ritmo das outras crianças de mesma idade.
Mas seu raciocínio era perfeito.
Trazia em seu íntimo uma inteligência única.
Sua capacidade de assimilar, de aprender era espantosa.
Aprendera andar, falar, enfim as coisas básicas que as crianças levam um determinado tempo para aprender, em bem menos que o comum.
Até os sete anos de idade tinha uma boa saúde, como qualquer criança normal.
Muito ativo, seus pais nunca tiveram preocupações com coisas além das traquinagens do dia a dia.
Mas agora era diferente.
Os médicos não diziam nada.
Nada explicava aquela apatia que se abateu sobre o garoto havia quase três anos.
Os exames médicos foram insuficientes para diagnosticar a trama astral contra aquele espírito.
O garoto que viera encarnar com a missão de redirecionar outros espíritos afins, de volta ao caminho da evolução, agora penava nas garras de vampiros do astral.
Seus pais, católicos por conveniência, não acreditam nessas coisas.
Aquele seria o último recurso.
Quando nada mais convencia, quando os médicos simplesmente disseram que era um caso raríssimo que ninguém sabia dizer o que era, foi um jovem médico, estagiando num dos muitos hospitais os quais aquele menino passou, muito encabulado, que disse aos pais:
– Tentem levá-lo a um benzedor, um curandeiro. Isso parece coisa do outro mundo…
Na hora, o pai quase agrediu o médico, que foi ridicularizado pelos companheiros de profissão.
Depois refletiu e cedeu às circunstâncias.
Agora, dentro daquele ônibus, iam em direção a um bairro bem afastado da cidade, um lugar pouco convidativo, indicado por um vizinho da família.
Disse que a pessoa era de confiança e não cobrava nada; só tinham que ir até lá.
Foram quase duas horas de trajeto dentro do ônibus em direção àquela periferia.
Desceram no ponto final e seguiram o mapa mal feito em papel de embrulho.
Entraram numa viela, ou melhor, num caminho no meio do mato mesmo, e visualizaram um casebre no fundo.
Ao pisarem naquela entrada, o garoto ficou estranho, arregalou os olhos e uma expressão de pavor tomou conta de seu rosto.
Na porta da casinha apareceu um senhor de feições agradáveis, sorriso discreto e um cigarrinho de palha no canto da boca.
Estava a uns trinta metros daquele homem e o garoto ficava cada vez mais desconfortável e medroso.
Ao se aproximarem o senhor disse:
– Estava esperando vocês. Entrem, traga-o até aqui – falou com voz firme.
Os pais se entreolham e perguntam através dos olhares o que estava acontecendo.
Ninguém havia marcado hora com ele. Como sabia que estavam vindo?
O garoto se desespera e o pai faz menção de ir embora. E internamente se questiona:
– O que estou fazendo aqui, meu Deus?
O homem volta à entrada da casa e diz mais uma vez firme:
– Está aqui pela vontade Dele. Entrem, traga-o até aqui.
Ao passar pela soleira da porta, o garoto parecia outro.
Suspirou fundo e estremeceu todo o corpo.
Olhou para os pais não entendendo o que passava.
Súbito, passou o desespero e o medo. Foram conduzidos até a sala da casa onde aquele senhor, já incorporado por um Preto Velho abraçava o menino.
Demorou uma meia hora benzendo-o e explicando aos pais a missão do pequeno e a necessidade de uma religiosidade consistente em suas vidas.
Sua simplicidade tocou o coração daqueles dois.
O garoto tinha uma reação visível. Conversavam como se fossem velhos amigos e o menino ria a cada engasgada que o velho dava com a fumaça de seu cachimbo.
Receitou banhos e defumações, fez cantos e orações e terminado o atendimento, presenteou-o com um colar de sementes.
Apesar da simplicidade, aceitaram o convite e almoçaram naquela casa.
Ao se despedir, os pais não acreditavam no que viam.
O garoto que ali chegou praticamente carregado, agora saia andando e só não estava mais ativo porque a recuperação física agora era necessária.
Mas sabiam que algo havia realmente acontecido.
O médium observa a família indo embora e volta pra dentro de casa com a certeza e confiança que mais um irmão foi encaminhado.
E quem teve oportunidade pôde ver o espírito do velho negro sorrindo, agradecendo aos Exus Guardiões que responderam às suas ordens e capturaram o obsessor, ser trevoso que jurou vingança àquele menino ainda em outra encarnação, levando-o, e a toda sua horda de seguidores.
Ao reencontrá-lo nessa vida, resolveu usar de todas suas artimanhas do baixo astral para interromper a encarnação daquele que, anos mais tarde, se tornara um sacerdote de Umbanda, cujo Terreiro abriga muitos filhos de fé que são orientados no retorno à sua rota evolutiva.
O filho, agora Pai, nunca mais encontrou aquele médium.
Mas o velho escravo ainda é visto ao seu lado, pitando seu cachimbo e sorrindo a cada irmão encaminhado.
O colar continua em seu pescoço.
Conto de Preto Velho como esse já ouvimos vários, não é?
Saravá Pais e Mãe Orixás!
Salve todos os Pretos e Pretas Velhas!
Salve Pai Benedito, Pai Floriano e Pai Joaquim!
Salve Vovó Afonsina e Vovó Catarina!
Salve os Srs. Exus de Lei e Sras. Pombagiras!
Obrigado pela Vossa Benção e Vossa proteção.
sábado, 14 de julho de 2018
Orixás pertencem a alguém ou alguma religião?
Orixás pertencem a nós ou nós é que pertencemos a Eles?
Temos a posse de seu culto e o direito de reclamar esta posse?
Ou pertencem a quem queira cultua-los fora de nossa realidade?
Ou será ainda que Eles e Elas, como Divindades, estão muito acima de nossos egos e vaidades?
Estão muito acima do direito de posse?
Algum tempo atrás acompanhei uma discussão sobre o fato de se cultuar Iemanjá nos rituais de Wicca.
A sacerdotisa Wicca defendia que Iemanjá é a deusa.
Enquanto isso, outras sacerdotisas defendiam que a deusa não poderia ser afro e umbandistas acharam um absurdo “levar” Iemanjá para um ritual Wicca.
Sabemos que Iemanjá, ao atender alguém, não lhe pergunta qual a sua religião.
Logo, a sacerdotisa que se entenda com Iemanjá…
Já imaginaram o Papa reclamar o direito exclusivo em cultuar e amar a Jesus e os demais santos católicos e dizer que todas as outras religiões cristãs deveriam “devolve-los” para Roma?
Se fosse assim, nós umbandistas teríamos que nos desfazer de nosso sincretismo com os santos e, inclusive, seríamos acusados de deturpar o culto aos mesmos, já que somamos a eles os valores “afro-ameríndios”.
Ouvimos falar que certos Orixás não são da Umbanda.
Bem, de quem eles são então?
Divindades têm donos?
Podem alguns Orixás ser de Umbanda e outros estarem nela por engano?
Ao que sabemos, todos os Orixás tem a mesma Origem Iorubá, a mesma origem nos Cultos de Nação, onde na África cada Nação tinha o culto voltado ao seu Orixá, considerado o ancestral de todos ali.
Mas o Orixá tem vida própria: ele é divindade, é um Trono de Deus.
Não precisa de nós para existir e sim nós é que precisamos deles para existir.
Mesmo que muitos de nós não saibamos disso.
Para atender as necessidades de diferentes grupos sócio-culturais surgem novas religiões, pois a cada dia surgem novas realidades.
Mas é sempre o mesmo Deus e, claro, as mesmas divindades que ressurgem.
Às vezes, ressurgem com nomes diferentes e outras vezes com os mesmos nomes.
Os Orixás aparecem na Umbanda, mas já dentro de um outro contexto.
E é diferente dos Cultos de Nação, pois é uma religião diferente.
O Preto Velho, que para os Cultos de Nação é “egum” e não incorpora no mesmo “chão” que o Orixá, por sua vez nos apresenta os Orixás, todos quantos conhece no Astral, todos quanto cultuam em espírito na “Aruanda”.
E aqui na Terra, na matéria, ainda se discute se estes Orixás pertencem à Umbanda.
Que dúvida podemos ter?
Se quem os apresenta a nós é o mesmo Preto Velho, não há dúvidas.
Pois somos filhos destes Orixás.
O filho reconhece o Pai e o Pai reconhece o filho.
Não teria o filho de mudar de religião, para continuar com o mesmo Pai ou Mãe, já que uma vez reconhecida a paternidade divina dos Orixás, pouco importa o que outros digam: o que importa é que ali ele foi apresentado ao filho.
Apesar de termos um Pai e Mãe de Cabeça, somos filhos de todos Orixás!
Orixás pertencem a todos, pois todos somos filhos Deles (as)!
Foto: Jefferson Peixoto/Ag. Haack – Reprodução
Temos a posse de seu culto e o direito de reclamar esta posse?
Ou pertencem a quem queira cultua-los fora de nossa realidade?
Ou será ainda que Eles e Elas, como Divindades, estão muito acima de nossos egos e vaidades?
Estão muito acima do direito de posse?
Algum tempo atrás acompanhei uma discussão sobre o fato de se cultuar Iemanjá nos rituais de Wicca.
A sacerdotisa Wicca defendia que Iemanjá é a deusa.
Enquanto isso, outras sacerdotisas defendiam que a deusa não poderia ser afro e umbandistas acharam um absurdo “levar” Iemanjá para um ritual Wicca.
Sabemos que Iemanjá, ao atender alguém, não lhe pergunta qual a sua religião.
Logo, a sacerdotisa que se entenda com Iemanjá…
Já imaginaram o Papa reclamar o direito exclusivo em cultuar e amar a Jesus e os demais santos católicos e dizer que todas as outras religiões cristãs deveriam “devolve-los” para Roma?
Se fosse assim, nós umbandistas teríamos que nos desfazer de nosso sincretismo com os santos e, inclusive, seríamos acusados de deturpar o culto aos mesmos, já que somamos a eles os valores “afro-ameríndios”.
Ouvimos falar que certos Orixás não são da Umbanda.
Bem, de quem eles são então?
Divindades têm donos?
Podem alguns Orixás ser de Umbanda e outros estarem nela por engano?
Ao que sabemos, todos os Orixás tem a mesma Origem Iorubá, a mesma origem nos Cultos de Nação, onde na África cada Nação tinha o culto voltado ao seu Orixá, considerado o ancestral de todos ali.
Mas o Orixá tem vida própria: ele é divindade, é um Trono de Deus.
Não precisa de nós para existir e sim nós é que precisamos deles para existir.
Mesmo que muitos de nós não saibamos disso.
Para atender as necessidades de diferentes grupos sócio-culturais surgem novas religiões, pois a cada dia surgem novas realidades.
Mas é sempre o mesmo Deus e, claro, as mesmas divindades que ressurgem.
Às vezes, ressurgem com nomes diferentes e outras vezes com os mesmos nomes.
Os Orixás aparecem na Umbanda, mas já dentro de um outro contexto.
E é diferente dos Cultos de Nação, pois é uma religião diferente.
O Preto Velho, que para os Cultos de Nação é “egum” e não incorpora no mesmo “chão” que o Orixá, por sua vez nos apresenta os Orixás, todos quantos conhece no Astral, todos quanto cultuam em espírito na “Aruanda”.
E aqui na Terra, na matéria, ainda se discute se estes Orixás pertencem à Umbanda.
Que dúvida podemos ter?
Se quem os apresenta a nós é o mesmo Preto Velho, não há dúvidas.
Pois somos filhos destes Orixás.
O filho reconhece o Pai e o Pai reconhece o filho.
Não teria o filho de mudar de religião, para continuar com o mesmo Pai ou Mãe, já que uma vez reconhecida a paternidade divina dos Orixás, pouco importa o que outros digam: o que importa é que ali ele foi apresentado ao filho.
Apesar de termos um Pai e Mãe de Cabeça, somos filhos de todos Orixás!
Orixás pertencem a todos, pois todos somos filhos Deles (as)!
Foto: Jefferson Peixoto/Ag. Haack – Reprodução
Povo Cigano: entenda essa manifestação na Umbanda
Um decreto assinado em 2006 instituiu o dia 24 de Maio como Dia Nacional dos Ciganos no Brasil.
A data faz menção ao 24 e 25 de maio – dias em que prestam-se homenagens no mundo todo a Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano.
Na Umbanda, Santa Sara Kali é sincretizada com Egunitá (Oroiná).
É Linha de Umbanda?
Sim, é uma das mais recentes Linhas da religião.
O Povo Cigano passa a conquistar níveis na espiritualidade dando abertura para o seu grupo trabalhar como Linha de Umbanda.
Esses espíritos que se identificaram com ritos presentes na prática de Umbanda acabam por se embalar pelo som dos atabaques.
Se encantam com as cores dos Terreiros e, por fim, se rendem à dança e magia contida neles.
É importante esclarecer que antes de se fincarem como Linha de Umbanda essas entidades já apontavam em alguns Terreiros.
Entretanto, essas manifestações individuais ainda não caracterizavam um grupo organizado dentro de um nível na escala evolutiva.
Não havia Gira de Ciganos, mas sim Ciganos incorporados em Giras de Esquerda, de Boiadeiro, de Baianos e etc.
Somente o fato de alguns médiuns manifestarem essas entidades, ainda não concedia a esses clãs se mostrarem como uma Linha.
Hoje, a Linha dos Ciganos traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver.
Mas desapego e liberdade não são característica fortes da Linha do Oriente?
Sim, e nesse momento precisamos ressaltar que LINHA DE CIGANO NÃO É LINHA DO ORIENTE.
Veja bem: a primeira não corresponde a um grau evolutivo, e sim a uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano) que se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.
Posteriormente esses espíritos vão receber o aval da espiritualidade para se configurar como Linha de trabalho, e então passam a se manifestar dentro da Umbanda de maneira mais ordenada.
Sendo assim, essas Linhas contém espíritos diferentes, que se manifestam de maneiras diferentes, com propósitos diferentes e que surgem também, em momentos distintos.
Basicamente a Linha do Oriente traz o desapego a concepções já enraizadas no homem ocidental.
E a liberdade desses apegos sociais e emocionais para uma vida mais voltada para o encontro com a espiritualidade e o divino sagrado que se encontra em você.
Já a Linha dos Ciganos vem para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo.
E isso está presente no caráter nômade do povo cigano e de determinados povos.
A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas e etc, são o maior símbolo dessa fusão de credos.
Toda essa forma de entender a vida faz do atendimento com o Povo Cigano um bálsamo pra alma.
A liberdade aqui se refere ao ato de se libertar de circunstâncias que já não te fazem bem.
Libertar-se das frustrações que vão pesando o espírito e acabam se tornando um fardo.
E esse axé vem para trabalhar nesses sentidos.
Por esse motivo, no atendimento dos Ciganos não é frequente o manejo com trabalhos mais densos, como quebra de demandas por exemplo.
É mais comum vê-los ensinando fazer determinada simpatia, dando elementos para que a pessoa manipule e etc.
Questões profissionais, econômicas e também emocionais são muito tratadas por eles (as).
Arriba! Optchá! Salve o Povo Cigano!
Texto: Júlia Pereira
A data faz menção ao 24 e 25 de maio – dias em que prestam-se homenagens no mundo todo a Santa Sara Kali, padroeira do povo cigano.
Na Umbanda, Santa Sara Kali é sincretizada com Egunitá (Oroiná).
É Linha de Umbanda?
Sim, é uma das mais recentes Linhas da religião.
O Povo Cigano passa a conquistar níveis na espiritualidade dando abertura para o seu grupo trabalhar como Linha de Umbanda.
Esses espíritos que se identificaram com ritos presentes na prática de Umbanda acabam por se embalar pelo som dos atabaques.
Se encantam com as cores dos Terreiros e, por fim, se rendem à dança e magia contida neles.
É importante esclarecer que antes de se fincarem como Linha de Umbanda essas entidades já apontavam em alguns Terreiros.
Entretanto, essas manifestações individuais ainda não caracterizavam um grupo organizado dentro de um nível na escala evolutiva.
Não havia Gira de Ciganos, mas sim Ciganos incorporados em Giras de Esquerda, de Boiadeiro, de Baianos e etc.
Somente o fato de alguns médiuns manifestarem essas entidades, ainda não concedia a esses clãs se mostrarem como uma Linha.
Hoje, a Linha dos Ciganos traz em sua mensagem o ímpeto pelo desapego, pela liberdade, pelo amor e pela alegria de viver.
Mas desapego e liberdade não são característica fortes da Linha do Oriente?
Sim, e nesse momento precisamos ressaltar que LINHA DE CIGANO NÃO É LINHA DO ORIENTE.
Veja bem: a primeira não corresponde a um grau evolutivo, e sim a uma tendência de espíritos (de cultura nômade/arquétipo cigano) que se organizaram e ascenderam formando suas hierarquias.
Posteriormente esses espíritos vão receber o aval da espiritualidade para se configurar como Linha de trabalho, e então passam a se manifestar dentro da Umbanda de maneira mais ordenada.
Sendo assim, essas Linhas contém espíritos diferentes, que se manifestam de maneiras diferentes, com propósitos diferentes e que surgem também, em momentos distintos.
Basicamente a Linha do Oriente traz o desapego a concepções já enraizadas no homem ocidental.
E a liberdade desses apegos sociais e emocionais para uma vida mais voltada para o encontro com a espiritualidade e o divino sagrado que se encontra em você.
Já a Linha dos Ciganos vem para reavivar no ser a cultura de liberdade no sentido mais prático do termo.
E isso está presente no caráter nômade do povo cigano e de determinados povos.
A liberdade de crença e a mística sincrética dos oráculos ciganos, tal como as cartas, a quiromancia, o oráculo de moedas, as runas e etc, são o maior símbolo dessa fusão de credos.
Toda essa forma de entender a vida faz do atendimento com o Povo Cigano um bálsamo pra alma.
A liberdade aqui se refere ao ato de se libertar de circunstâncias que já não te fazem bem.
Libertar-se das frustrações que vão pesando o espírito e acabam se tornando um fardo.
E esse axé vem para trabalhar nesses sentidos.
Por esse motivo, no atendimento dos Ciganos não é frequente o manejo com trabalhos mais densos, como quebra de demandas por exemplo.
É mais comum vê-los ensinando fazer determinada simpatia, dando elementos para que a pessoa manipule e etc.
Questões profissionais, econômicas e também emocionais são muito tratadas por eles (as).
Arriba! Optchá! Salve o Povo Cigano!
Texto: Júlia Pereira
sábado, 7 de julho de 2018
Orixá de Cabeça: você conhece as características do (a) seu (sua)?
Orixá de Cabeça (ou Orixá de Frente) é um dos temas de maior interesse na Umbanda.
Seja você umbandista ou simpatizante da religião, não demora muito para que a curiosidade apareça.
Entre os médiuns de Umbanda então, é quase um absurdo não saber quem é seu Pai ou Mãe de Cabeça!
Segundo Alexandre Cumino, sacerdote responsável pelo Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca (SP), “ninguém é filho de um único Orixá”.
Autor umbandista e professor de Teologia e Sacerdócio, Cumino destaca que apenas saber quem é seu Orixá de Cabeça, sem praticar e entender a religião, não faz muito sentido.
“Antes de falar sobre isso eu estimulo os médiuns, os alunos, enfim, a todos, que entendam quem são os Orixás e suas características”, diz Cumino que também é nosso
colaborador nos canais Umbanda Eu Curto.
E complementa:
“Depois disso ele ou ela está autorizado a reconhecer em si mesmo quem é o seu Orixá.”
Em sua visão, este autoreconhecimento se torna evidente e, a partir daí, nenhuma outra pessoa ou método de reconhecimento o fará questionar isso.
Já Cristiano Nascimento, sacerdote responsável pela Casa de Caridade Caboclo Tupinambá e Ogum Beira Mar, localizada em Guarulhos (SP), saber quem são seus Orixás
regentes não é um fundamento na Umbanda.
Ou seja: não é essencial saber para praticar a Umbanda.
Isso significa dizer que você pode praticar a religião, seja como médium incorporante ou consulente, sem necessariamente TER QUE SABER quais são seus Orixás.
Além disso, a questão toda é um pouco mais complexa.
Seguindo a literatura revelada por Rubens Saraceni, todos temos Orixás de Frente (ou de Cabeça, como popularmente é conhecido), Ancestre e Adjunto.
Descobrir cada um deles faz sentido para médiuns e sacerdotes de Umbanda, tudo bem.
Afinal, na caminhada de um médium na Umbanda, o estudo e a dedicação vão trazendo à tona algumas certezas, as quais podem auxilia-los em seu autoconhecimento.
Assim, conforme vão se desenvolvendo na religião, vão entendendo, se convencendo gradativamente sobre quais Orixás ‘regem suas Coroas’.
Precisaria saber? Não. Mas é quase impossível conter este desejo nos Filhos de Umbanda!
COMO DESCOBRIR MEU ORIXÁ?
Nosso colaborador Cristiano Nascimento, durante as LIVEs que realizamos em nossa página oficial no Facebook, costuma dizer que seu Orixá de Cabeça é “aquilo que você
mostra para o mundo”.
Na prática, seu (sua) Orixá de Cabeça ajuda a determinar as características que você mostra no dia a dia, seu modo de ser nesta encarnação.
Em suma: aquilo que você mostra para o mundo!
E para determinar isso, cabe a cada um de nós ler sobre as características dos Orixás, de seus Filhos e Filhas e tirar suas próprias conclusões.
Sabemos que no Candomblé e em algumas vertentes de Umbanda, o jogo de búzios é uma das formas de se determinar o Orixá de Cabeça.
Esta forma também é muito utilizada, mas como todas as demais nunca será 100% segura.
Seja você umbandista ou simpatizante da religião, não demora muito para que a curiosidade apareça.
Entre os médiuns de Umbanda então, é quase um absurdo não saber quem é seu Pai ou Mãe de Cabeça!
Segundo Alexandre Cumino, sacerdote responsável pelo Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca (SP), “ninguém é filho de um único Orixá”.
Autor umbandista e professor de Teologia e Sacerdócio, Cumino destaca que apenas saber quem é seu Orixá de Cabeça, sem praticar e entender a religião, não faz muito sentido.
“Antes de falar sobre isso eu estimulo os médiuns, os alunos, enfim, a todos, que entendam quem são os Orixás e suas características”, diz Cumino que também é nosso
colaborador nos canais Umbanda Eu Curto.
E complementa:
“Depois disso ele ou ela está autorizado a reconhecer em si mesmo quem é o seu Orixá.”
Em sua visão, este autoreconhecimento se torna evidente e, a partir daí, nenhuma outra pessoa ou método de reconhecimento o fará questionar isso.
Já Cristiano Nascimento, sacerdote responsável pela Casa de Caridade Caboclo Tupinambá e Ogum Beira Mar, localizada em Guarulhos (SP), saber quem são seus Orixás
regentes não é um fundamento na Umbanda.
Ou seja: não é essencial saber para praticar a Umbanda.
Isso significa dizer que você pode praticar a religião, seja como médium incorporante ou consulente, sem necessariamente TER QUE SABER quais são seus Orixás.
Além disso, a questão toda é um pouco mais complexa.
Seguindo a literatura revelada por Rubens Saraceni, todos temos Orixás de Frente (ou de Cabeça, como popularmente é conhecido), Ancestre e Adjunto.
Descobrir cada um deles faz sentido para médiuns e sacerdotes de Umbanda, tudo bem.
Afinal, na caminhada de um médium na Umbanda, o estudo e a dedicação vão trazendo à tona algumas certezas, as quais podem auxilia-los em seu autoconhecimento.
Assim, conforme vão se desenvolvendo na religião, vão entendendo, se convencendo gradativamente sobre quais Orixás ‘regem suas Coroas’.
Precisaria saber? Não. Mas é quase impossível conter este desejo nos Filhos de Umbanda!
COMO DESCOBRIR MEU ORIXÁ?
Nosso colaborador Cristiano Nascimento, durante as LIVEs que realizamos em nossa página oficial no Facebook, costuma dizer que seu Orixá de Cabeça é “aquilo que você
mostra para o mundo”.
Na prática, seu (sua) Orixá de Cabeça ajuda a determinar as características que você mostra no dia a dia, seu modo de ser nesta encarnação.
Em suma: aquilo que você mostra para o mundo!
E para determinar isso, cabe a cada um de nós ler sobre as características dos Orixás, de seus Filhos e Filhas e tirar suas próprias conclusões.
Sabemos que no Candomblé e em algumas vertentes de Umbanda, o jogo de búzios é uma das formas de se determinar o Orixá de Cabeça.
Esta forma também é muito utilizada, mas como todas as demais nunca será 100% segura.
Assinar:
Postagens (Atom)